Anace pede regra mais simples na abertura do ACL

Anace pede regra mais simples na abertura do ACL

Para associação, regra de controle de lastro poderia ser abolida para empresas de menor porte

A abertura integral do mercado de energia elétrica brasileiro representa a quebra de monopólio e maior autonomia dos consumidores residenciais, comércios de pequeno porte e indústrias, que poderão escolher seu fornecedor de energia e assim reduzir custos. Mas, segundo a Associação Nacional dos Consumidores de Energia, para que haja uma migração dos consumidores é necessário tornar as regras em vigor mais simples. De acordo com Carlos Faria, diretor-presidente da entidade, o Brasil é um dos países que possuem as tarifas de eletricidade mais altas do mundo e a burocracia não pode ser um empecilho para que os consumidores exerçam seu direito de escolha.

Segundo a Anace, há processos exigidos de todos os consumidores que migram para o mercado livre – consumidores especiais com demanda mínima de 500 kW que utilizem energia incentivada e consumidores livre com demanda mínima de 1,5 MW – que podem ser simplificados sem grandes impactos. Um exemplo é a regra de controle de lastro, que exige o atendimento de 100% do consumo com 100% de contratos. Como há pequenas variações mensais, a regra atual tem que ser cumprida olhando-se a somatória do consumo e dos contratos dos últimos 12 meses, sujeitando o cliente a penalidades.

Com a abertura do mercado de energia e diversificação do perfil dos consumidores, empresas de menor porte terão acesso ao ambiente de Contratação Livre. Para estas, a regra poderia ser abolida, explica Faria. Segundo Faria, uma opção é fazer o ajuste no mês, com a cobrança de eventuais volumes não consumidos, em valores até maiores que o PLD.O executivo lembra que hoje um agente que se desliga do mercado tem que se manter ativo por 12 meses, até cumprir toda essa regra.

A expectativa é que a abertura total do mercado livre para todos os brasileiros aconteça a partir de 2024. O diretor-presidente da Anace destaca a importância das medidas de transição para que o mercado se adapte à nova realidade – principalmente no que diz respeito à expansão da matriz elétrica, que atualmente é feita via mercado regulado. Para ele, é necessário a busca por alternativas para que haja disponibilidade de geração capaz de atender a todos os consumidores do País.