Aumento da conta da inadimplência ameaça liquidação do MCP, diz CCEE

Aumento da conta da inadimplência ameaça liquidação do MCP, diz CCEE

Presidente do conselho disse que se não houver uma solução o mercado de curto prazocorre o risco de parar novamente.

A liquidação financeira do mercado de curto prazo corre o risco de paralisar novamente o mercado se nada for feito para conter o aumento dessa conta que aumenta entre R$ 100 milhões a R$ 150 milhões todo o mês por contas de liminares judiciais.

Esse foi o alerta dado pelo presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, Rui Altieri.

Ele não apontou um prazo, mas disse que a solução tem que ser encontrada senão uma hora esse processo vai ser inviabilizado pelo seu tamanho.

Segundo os dados da última liquidação, referente ao mês de setembro, foram movimentados R$ 770 milhões de uma contabilização de R$ 2,39 bilhões.

Do valor que não foi pago, R$ 1,39 bilhão refere-se a liminares contra o GSF no mercado livre.

Durante sua apresentação no 8º Encontro Anual do Mercado Livre, evento realizado em Mata de São João (BA), Altieri lembrou que a CCEE esta vendo um grande aumento do número de agentes e de tamanho reduzido que poderiam naturalmente estar associados a um comercializador varejista, mas que estão como agentes da câmara e que por valores que podem variar de R$ 400 a até coisa de R$ 30 podem entrar em um processo de desligamento por não pagamento de uma das contribuições que todo agente deve recolher.

Ele defendeu que a regra para agentes de diferentes portes deve ser diferente na CCEE.

“Hoje a mesma regra de Itaipu se aplica para o consumidor um consumidor de 0,3 MW médios mensais. Isso não faz sentido, temos que dar o mesmo tratamento para Tucuruí e um mercadinho”, destacou.

Nas discussões acerca do comercializador varejista, Altieri afirmou que esse avanço dos pequenos consumidores chegará a um momento que será insustentável dentro da estrutura da CCEE.

“Temos 13 mil pontos de medição, há supermercados com 300 kW médios e isso é volume para o comercializador varejista. Precisamos de atenção por conta desse avanço pois chegará um momento que isso será insustentável”, afirmou. “Sem o comercializador varejista isso não dará certo”, acrescentou.

O presidente da Comerc, empresa que já atua nesse segmento, Christopher Vlavianos, destacou que um ponto que preocupa é quando há a inadimplência do consumidor e há a questão da impossibilidade do corte.

Até porque a energia é um insumo considerado fundamental e normalmente as decisões judiciais são favoráveis àqueles que afirmam que fecharão as portas caso sejam desligados.

Um dos pontos apresentados que poderiam ser levados em conta é a diferenciação de tratamento pelo tamanho da dívida.

Essa poderia ser uma forma de mitigar o problema.

Até porque a expansão do mercado livre passará necessariamente e, cada vez mais, pelo pequeno consumidor que é onde está a possibilidade de crescimento no ACL.

“Cada vez que o mercado abre, a carga média desse mercado livre reduzirá e temos que pensar como vamos nos preparar para a questão do varejista que é legítima, mas não é a única solução para o mercado, é um bom mecanismo”, finalizou o executivo da Comerc.

Fonte: Agência CanalEnergia 25/11/2016 Mauricio Godoi