Comissão aprova redução do peso dos subsídios na tarifa de energia

Comissão aprova redução do peso dos subsídios na tarifa de energia

Projetos que previam cessão de direitos de exploração pela Petrobras e retirada da Eletrobras do PPI Têm pedidos de vista e ficam para a próxima semana

A Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara aprovou em reunião nesta quarta (12) o PL 8817/2017, que destina 50% dos recursos da bonificação pela outorga de licitações de concessões de usinas hidrelétricas para reduzir a cobrança da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Último texto da pauta, o PL teve parecer favorável do presidente da CME, deputado Silas Câmara (PRB/AM).

A CDE é um fundo setorial com arrecadação embutida nas tarifas de energia e que banca diversos subsídios, como a tarifa social e custos com combustíveis e sistemas isolados.

O colegiado aprovou também o PL 5457/2016, que exclui da base de cálculo das contas de energia elétrica da cobrança pela previsão de ligações clandestinas e inadimplência, e limita a 5% as compensações por perdas técnicas e não técnicas na transmissão e distribuição de energia elétrica. O texto teve oposição do governo, que tentou, pelo líder Coronel Armando (PSL/SC), um pedido de vista.

Autor do projeto, Edio Lopes (PR/RR), criticou o pedido de vista como uma manobra que favorece as distribuidoras e impede o combate à inadimplência. “No país, o comum é ter 30% a 40% (de taxa de inadimplência e furto de energia) inserida na conta do consumidor”.

Após uma ligação do diretor-geral da Aneel, André Pepitone, negando que o pedido de vista seria de interesse da agência, o presidente da comissão votou o texto.

PT faz pedidos de vista e retira da pautas itens em que seria derrotado

Um dos destaques da pauta, o PDC 924/2018, foi retirado de pauta a pedido do deputado Rubens Otoni (PT/GO). O texto pretende sustar o decreto do 9355/2018, que regulamentou a venda de campos e blocos da Petrobras. O projeto de decreto legislativo tem parecer contra sua aprovação dado por Evandro Roman (PSD/PR).

Otoni também pediu a retirada de pauta de outro decreto proposto por deputado do PT, o PDC 918/2018, que prevê a retirada da Eletrobras do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e do Programa Nacional de Desestatização (PND).

O PT, no entanto, conseguiu uma vitória sobre o governo nesta quarta com a aprovação de outro projeto de decreto legislativo, o PDC 973/2018, que susta efeitos do artigo 72 do Decreto nº 9.406, de 12 de junho de 2018, que permite ao ministro de Minas e Energia outorgar autorização de pesquisa ou concessão de lavra em reservas nacionais.

O texto do ex-deputado Chico Alencar (Psol/RJ) foi relatado favoravelmente por Padre João (PT/MG). E foi aprovado co votos contrários do líder do governo na CME, Coronel Armando (PSL/PR) e de Adolfo Viana (PSDB/BA).

Fiscalização no MME e BNDES tem pedido de vista

Também prevista para a reunião de hoje, a proposta de fiscalização e controle PFC 3/2019, que solicita fiscalização no Ministério de Minas e Energia, Eletrobrás e BNDES para verificar a adequação do processo de privatização da Companhia Energética de Goiás (CELG) também foi retirada a pedido do relator, Léo Moraes (PODE/RO).

GSF fora da pauta

Com relatório pronto há semanas, o PL 10.985/2018, que prevê solução para o risco hidrológico (GSF), ficou mais uma vez fora da pauta. De acordo com o presidente da comissão “o texto está pautado para a próxima quarta-feira de forma inadiável”.