Concepção do leilão de Roraima desagrada players do mercado

Concepção do leilão de Roraima desagrada players do mercado

Executivos defendem maior diálogo para definição dos certames e ações conjunturais para geração solar e armazenamento de energia

Marcado para a próxima sexta-feira, 31 de maio, o leilão destinado ao atendimento a Boa Vista e localidades conectadas em Roraima desagradou a alguns players da indústria presentes no painel Tendências e Novas Tecnologias Solar do Energy Solutions Show, em São Paulo (SP). Não pelo certame em si, importante do ponto de vista da segurança energética para a única região do Brasil desconectada do Sistema Nacional Interligado, mas pela forma como o mesmo foi concebido.

Para Diego Longerhosrts, gerente da GreenYellow do Brasil, o país perdeu a oportunidade para uma definição melhor quanto a participação de projetos de armazenamento, ainda que o leilão seja importante para estruturar melhor a qualidade do fornecimento de energia a região, que tem sofrido com a crise na vizinha Venezuela.O executivo ainda afirmou que esse é um mercado novo globalmente falando, mas que a falta de uma regulamentação por aqui dificulta a previsibilidade dos aportes para engenharia e produtos específicos. “Esse engessamento regulatório impede a entrada de novas tecnologias, que estão aí justamente para facilitar as coisas. Talvez seja o momento de sentar e propor os cases, com trabalhos conjuntos para o futuro. Estamos muito acostumados a fazer o mesmo de sempre”, comentou.

Gustavo Tegon, gerente de Vendas da BYD no Brasil, concorda que o leilão de Roraima foi mal desenhado. “Não houve um consenso junto com a indústria, para que virasse um cabeça de série para começar a ser experimentado”, pontuou.

Já o líder de Novas Tecnologias da GE Renewable Energy – Grid Solutions para América Latina, Rodrigo Salim, acrescentou a necessidade de um plano nacional de metas para redução do uso de carvão como fonte, assim como metas específicas para o uso de armazenamento de energia. Ele dá o exemplo do Chile, em que o trabalho é aberto, com os players sendo chamados e as mesas de trabalho sendo definidas. “Não adianta ter um leilão específico como esse. Precisamos de ações conjunturais”, defendeu.