Consenso para reformas pode agilizar sua implantação, afirmou ministro.

Consenso para reformas pode agilizar sua implantação, afirmou ministro.

Segundo Fernando Coelho Filho as contribuições para as mudanças que deverão ser implantadas apresentam mais convergência do que divergências.

O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, afirmou que as reformas que estão sendo planejadas para o setor elétrico encontram consenso na maior parte do mercado e que isso pode resultar em um caminho mais ágil quando o governo decidir pelo texto que direcionará as mudanças. Ele destacou que o assunto ainda está sendo estudado no MME e que não há um prazo para que a proposta seja apresentada ao mercado, nem como será feito, se por medida provisória ou outro dispositivo legal.

“Ainda estamos colocando as ideias para ver como direcionaremos a questão”, disse ele. “Pode ser que seja mais rápido [em função dessa maior convergência de ideias com o mercado]”, reconheceu o ministro no Ethanol Summit 2017, realizado em São Paulo.

Coelho Filho disse que a ideia da reforma foi prematuramente vazada, mas que a ideia é de que o assunto não traga surpresas para os agentes, pois o diálogo com os agentes deverá ser priorizado. No foco desse trabalho está a meta de implementar aprimoramentos como continuidade da MP 735. Nesse sentido está a correta alocação dos custos e aprimorar a questão regulatória do setor elétrico.

O ministro comentou que a questão dos leilões que o mercado espera para este ano ainda não foi definido. Segundo ele, ainda é necessário esperar a definição do volume de projetos que serão descontratados por meio do leilão reverso para que se tenha uma ideia mais clara da real necessidade de energia nova e de reserva que o país terá para este ano. Ele lembrou que ao se obedecer todos os prazos esse volume será conhecido na primeira quinzena de agosto e aí sim o governo terá essa clareza da necessidade de novos projetos. Outro ponto que em breve será aberto é a tradicional consulta às distribuidoras para saber se sua necessidade de contrata energia para os próximos anos.

Recentemente o ministro já havia afirmado que via uma perspectiva de que as concessionárias pudessem apresentar demanda diante do quadro da economia que dava sinais de crescimento e do resultado de descontratação de energia por meio do MCSD 4+ e a redução da garantia física das usinas do MRE, que somados chegaram à redução de 2,6 GW médios.

Sobre a perspectiva de um leilão de reserva o ministro comentou que uma das alternativas é contratar energia nova como uma forma de estímulo por meio de política industrial. Mas aí é uma decisão que não caberia somente ao MME, mas que o ministério que comanda é protagonista nesse assunto por deter as informações de demanda e consumo para subsidiar a tomada de decisão por parte do governo federal e suas políticas.

“Tivemos repostas positiva do MCSD 4+ que respondeu bem e ainda teremos a chamada das distribuidoras sobre demanda nova e aí teremos a decisão [pelo leilão], respeitando sempre e com a transparência e alocação correta de custos do que é reserva ou não”, comentou ele.

Sobre a polêmica criada em torno de declarações do presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr, em uma reunião com sindicalistas no início de junho para discutir o programa de reestruturação da companhia, Coelho Filho reafirmou a confiança no executivo.  O ministro disse que não queria entrar no mérito da questão, mas que não é possível que se mantenha privilégios em uma empresa com o prejuízo que a estatal vem apresentando há quatro anos. “Não é justo”, definiu ele acrescentando ainda que o presidente da empresa tem o apoio do governo par tocar a agenda que não é política, mas de recuperação de uma empresa para que esta sobreviva, tamanhos os problemas que foram encontrados.