Contas de luz ficarão sem cobrança extra até fim de abril, diz Aneel

Contas de luz ficarão sem cobrança extra até fim de abril, diz Aneel

Com oferta de energia alta, bandeira verde deve ser mantida.

As contas de luz deverão manter a bandeira tarifária verde, que não implica em custos extras para os consumidores, ao menos até o fim de abril, projetou ontem o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino. As bandeiras amarela e vermelha, que são acionadas quando há uma menor oferta de energia no sistema, geram a cobrança de um valor extra por cada kilowatthora consumido.

“Até o final do período úmido, não vislumbro cenário que possa acionar bandeira amarela. No período seco, a partir de maio, depende de como fecharmos o período úmido, não dá para fazer essa previsão agora”, afirmou Rufino, após participar de evento em São Paulo.

O diretor também descartou necessidade de alguma revisão nos valores cobrados aos consumidores, após uma decisão da Aneel de recontabilizar o preço da eletricidade no mercado livre em novembro e nas primeiras três semanas de dezembro. Naquele mês havia sido acionada a bandeira amarela, mas o preço, após a revisão, indicou que o mês deveria ter sido de bandeira verde.

Segundo Rufino, não haverá devolução desses recursos aos consumidores, porque a arrecadação gerada com a bandeira fica em uma conta e é repassada às distribuidoras de eletricidade conforme necessário, para custear a compra de energia de termelétricas, que têm a geração mais cara que as usinas hídricas:

— Ela já é devolvida. A bandeira na verdade é uma arrecadação que fica em uma conta e é usada para cobrir o acionamento. Todo ano definimos o orçamento da bandeira para o ano que vem. O primeiro item que o compõe é o saldo (da conta), se tem sobra ou insuficiência (de recursos).

Segundo a Reuters, levantamento da consultoria TR Soluções mostra que as tarifas de energia elétrica deverão ter uma redução média de 1,56% este ano, se considerado o efeito dos reajustes e revisões previstos. Há distribuidoras que poderão ter alta de até 20%, enquanto outras devem ter uma redução de quase 15%.

A tendência, de acordo com a TR Soluções, é que predominem reduções tarifárias nas distribuidoras que passam por reajuste ou revisão no primeiro semestre e elevação naquelas que terão a mudança nas contas na segunda metade do ano. Na projeção da consultoria, as tarifas de Ampla (RJ), CPFL Paulista (SP) e Energisa Mato Grosso deverão ter as maiores reduções, de quase 15%, enquanto Eletrobras Alagoas, Eletrobras Piauí e CEEE (RS) devem apresentar os maiores reajustes para cima, de mais de 15%. Para a Light, a previsão é de alta de cerca de 10%, enquanto a Cemig deve ter redução de 12% e a Eletropaulo, uma queda de cerca de 2%.