Governo arrecada R$ 8,9 bilhões em primeiro de três leilões de petróleo

Governo arrecada R$ 8,9 bilhões em primeiro de três leilões de petróleo

Foram arrematados 12 de 36 blocos oferecidos; Petrobras levou apenas um

RIO DE JANEIRO

No primeiro da série de três leilões de petróleo que o governo realizará até o fim de 2019, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) arrecadou R$ 8,9 bilhões com a venda de 12 das 36 áreas oferecidas.

Foi o maior valor já arrecadado em leilões de petróleo sob o regime de concessão no país.

“Superou nossas expectativas”, disse o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. O diretor-geral da ANP, Décio Oddone, ressaltou a diversidade de empresas vencedoras. “Foram dez operadores, o que dá a certeza de que não vão faltar recursos tanto financeiros quanto humanos”, disse.

Com participação em três blocos, dois deles sozinha, a Petronas estreou como operadora de projetos de exploração de petróleo no país. A QPI também está presente em três concessões.

“O resultado mostra que a gente vai ter diversidade”, reforçou o secretário-executivo do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo), Antonio Guimarães. Ele destacou que a Petrobras teve atuação seletiva, entrando forte nas disputas que lhe interessavam. Em uma delas, o consórcio liderado pela estatal foi derrotado.

Presente ao leilão, o presidente da empresa, Roberto Castello Branco, deixou o local sem dar entrevistas.

O leilão desta quinta ofereceu áreas fora do chamado polígono do pré-sal, região criada em 2010 para dar exclusividade à Petrobras na operação das maiores reservas brasileiras. Apesar disso, houve áreas com potencial de reservas no pré-sal em águas ultraprofundas das bacias de Campos e Santos.

Nesse tipo de leilão, vencem as disputas as empresas ou consórcios que apresentarem os maiores bônus. Os contratos são de concessão, sem participação do governo. Nos leilões do pré-sal, em que os consórcios tem participação da estatal PPSA, os bônus são fixos e a disputa se dá em torno do volume de petróleo destinado ao governo após o início da produção.

A ANP ofereceu áreas em cinco bacias, mas houve ofertas para apenas duas. A Bacia de Campos teve as maiores disputas e foi responsável por 96% do total arrecadado nesta quinta. O maior bônus, de R$ 4 bilhões, foi pago por um bloco em Campos por consórcio formado pela francesa Total, a Petronas e a QPI.

Em Santos, apenas 2 dos 11 blocos oferecidos foram arrematados. Não houve ofertas para as bacias de Pernambuco-Paraíba, Jacuípe e Camamu-Almada –as duas últimas na Bahia.

Oddone disse que o interesse na Bacia de Campos reflete o maior conhecimento geológico da área. As bacias que não despertaram interesse enfrentam também entraves ambientais.