IBRAM integra movimento de indústrias em prol do setor elétrico

IBRAM integra movimento de indústrias em prol do setor elétrico

Um grupo de entidades de diversos setores da indústria brasileira está prevendo um aumento de mais de 20% nas tarifas de eletricidade por conta de ações anunciadas pelo governo para lidar com a crise provocada pela pandemia de Covid-19.

A mineração está representada no movimento pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).

Em carta aberta, as associações afirmaram que reconhecem o esforço do país para criar soluções emergenciais diante da paralisação da economia. No entanto, essas organizações acreditam que essas medidas, juntamente com o aumento dos custos de energia, vão onerar ainda mais os consumidores. As entidades então sugerem um conjunto de novas propostas que podem “resolver o problema do setor elétrico, preservando seus contratos e sua atratividade para investimentos, sem onerar o consumidor a ponto de comprometer a produção nacional”. Uma das principais ideias apontadas pelas associações é um acordo para que a demanda de energia seja paga conforme o valor utilizado (e não o contratado), sem prejuízo de compensações.

CARTA ABERTA
ENERGIA PARA SAIR DA CRISE

Temos visto e honrado os esforços do governo federal em criar soluções emergenciais para a crise deflagrada com a paralisação da economia nesta pandemia.

Para o setor elétrico essas soluções começaram com a Medida Provisória 950/20, que acolhe corretamente pequenos consumidores e permite socorro às distribuidoras de energia e às cadeias de pagamentos por elas suportadas. No entanto, as medidas transferem novos custos aos consumidores, por meio de encargos cobrados na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e terão como efeito indireto o achatamento do comércio, a redução do orçamento das famílias e o estrangulamento da indústria, sobrecarregando a produção, uma vez que os custos são pagos na proporção da energia consumida e não das contas finais.

Somado à atual conjuntura de elevação dos custos de energia, o impacto das medidas atualmente propostas pode chegar a um aumento de mais de 20 % nas tarifas de energia, com um efeito sobre a inflação e resultados nefastos para a economia no longo prazo.

A energia precisa ser um elemento de foco na competitividade do país refletindo nosso potencial. O que se observou ao longo do tempo, no entanto, foi que distorções do setor que levaram ao aumento do custo desse importante insumo para o setor produtivo – e hoje, temos uma energia barata e uma conta cara.

Apresentamos, assim, algumas propostas emergenciais que podem, de forma justa, razoável e sustentável, resolver o problema do setor elétrico, preservando seus contratos e sua atratividade para investimentos, sem onerar o consumidor a ponto de comprometer a produção nacional:

– Neste momento, a medida mais emergencial para aliviar a situação da indústria é um acordo para que a demanda de energia seja paga – conforme o valor utilizado (e não o contratado), sem prejuízo de compensações.

– Os custos da crise devem ser rateados por todos os agentes da cadeia da energia e pela sociedade em geral, não apenas pelos consumidores, sobrecarregando grandes consumidores e a indústria, que serão ponto crucial de retomada da economia ao fim desta crise. É necessário e urgente eliminar os custos de políticas públicas alocados na energia e evitar o direcionamento dos custos à CDE ou a novos encargos a serem incluídos na conta de energia.

– Os fundos setoriais, que geram poucos benefícios efetivos para o consumidor, podem e devem ser redirecionados para a crise e

– Os prazos de contratos de geração podem ser deslocados para uma futura compensação quando da retomada do consumo se normalizar, a fim de reduzir os custos de compensação propostos

– É imprescindível acelerar a modernização do setor elétrico.

Por fim, ressaltamos que é justo que os consumidores, assim como os demais agentes da cadeia da energia – distribuidores, transmissores, geradores – paguem por parte do custo associado à crise mundial. No entanto, o rateio destes custos não deve trazer distorções que impliquem subsídios entre consumidores livres e cativos e entre consumidores conectados em alta e baixa tensão. Ademais, qualquer ajuda aos consumidores de baixa renda – que neste momento se mostra como uma política pública oportuna e necessária – deve ser integralmente coberta pelo Tesouro Nacional, não podendo se tornar mais um custo repassado às tarifas via encargos e CDE, como permite a Medida Provisória 950.

Superada a crise, precisaremos de energia para a recuperação do setor produtivo, para gerar empregos, para arrecadar impostos. O Brasil precisa aproveitar oportunidades de abundância de recursos naturais para gerar energia barata e estimular a economia, o comércio e a indústria que será de extrema importância para ajudar o país a sair da crise.

No atual cenário da pandemia os consumidores industriais de energia e grandes consumidores reforçam seu compromisso com a proteção da sociedade e de sua força de trabalho, sua disposição em contribuir voluntariamente com os esforços do Governo e sociedade no enfrentamento da Covid-19 e sua confiança na breve recuperação da economia nacional em condições de maior competitividade.

Até as 16h30 de 17 de abril de 2020 as seguintes associações participam dessa iniciativa:

  1. ABRACE – Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia
    2. ABAL – Associação Brasileira do Alumínio
    3. ABCP- Associação Brasileira de Cimento Portland
    4. ABIA- Associação Brasileira da Indústria de Alimentos
    5. ABICALÇADOS- Associação Brasileira das Indústrias de Callados
    6. ABICLOR– Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados
    7. ABIFA – Associação Brasileira de Fundição
    8. ABIFER -Associação Brasileirada Indústria Ferroviária
    9. ABIFINA- Associação Brasileira da Indústria de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades
    10. ABIGRAF-Associacao Brasileira da Indústria Gráfica
    11. ABIHPEC- Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
    12. ABIMAPI- Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados
    13. ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos
    14. ABIMO – Associação Brasileira Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos,Hospitalares e de Laboratórios
    15. ABINEE – Associação brasileira da indústria elétrica e eletrônica
    16. ABIOPTICA – Associação Brasileira da Indústria Óptica
    17. ABIP – Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria
    18. ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e Uso Profissional.
    19. ABIPLAST – Associação Brasileira da Indústria do Plástico
    20. ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química
    21. ABIROCHAS – Associaçao Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais
    22. ABIT – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção
    23. ABIVIDRO – Associação Brasileira das Indústrias de Vidro
    24. ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal
    25. ABRAFE – Associação Brasileira dos Produtores de Ferroligas e Silício Metálico
    26. ABRAFRIGO – Associação Brasileira de Frigoríficos
    27. ABRAMAT – Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção
    28. ABRASCE – Associação Brasileira de Shoppings Centers
    29. ABREGEL – Associação Brasileira das Empresas de Alimentos, Congelados, Supercongelados, Sorvetes, Concentrados, Liofilizados, Gelo e Bebidas.
    30. ABRINQ – Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos
    31. AEB – Associação de Comércio Exterior do Brasil
    32. AIPC – Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau
    33. ANACE – Associação Nacional dos Consumidores de Energia
    34. ANFACER – Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica
    35. ANICER – Associação Nacional da Indústria Cerâmica
    36. ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
    37. ANUT – Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga
    38. ASPACER – Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento
    39. CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção
    40. CERVBRASIL – Associação Brasileira da Indústria da Cerveja
    41. CICB – Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil
    42. ELETROS – Associação Nacional de Produtos Eletroeletrônicos
    43. FIERGS – Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul
    44. FIRJAN – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro
    45. Grupo FarmaBrasil
    46. IBÁ – Indústria Brasileira de Árvores
    47. Ibram – Instituto Brasileiro de Mineração
    48. Instituto Aço Brasil
    49. Interfarma – Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa
    50. SNIC – Sindicato Nacional da Indústria do Cimento
    51. Viva Lácteos
    52. SINDICERV – Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja

Confira a notícia completa em: http://portaldamineracao.com.br/ibram/ibram-integra-movimento-de-industrias-em-prol-do-setor-eletrico/