Startups estão na mira do setor elétrico

Startups estão na mira do setor elétrico

Energy Future inicia maior chamada pública do setor com seis grandes empresas, o objetivo é fazer com que inovação aberta renda negócios para o chamado ‘fim da cadeia’

O ano de 2020 mal começou e o segmento de start ups continua no foco do setor elétrico. Foi realizada nesta quinta-feira, 9 de janeiro, o primeiro roadshow do Energy Future, está sendo considerada a maior chamada pública para Projetos de Pesquisa & Desenvolvimento  para essas organizações que estão em fase inicial de vida. Fazem parte do evento Enel, AES Tietê, Equatorial, Santo Antonio Energia e Light com seis áreas de interesse,  smart grid e smart metering, gestão energética, storage em renováveis, serviços em distribuição, serviços e produtos em transmissão e geração e performance, além de digitalização.

De acordo com Apolo Lira, desenvolvedor sênior do Energy Future, há uma previsão que o setor elétrico este ano tenha R$ 500 milhões para investir em P&D este ano e essas empresas mobilizariam cerca de 50% desses recursos, o que pode deixar a chamada com até R$ 250 milhões destinados. Ele conta que a escolha de start ups acontece pelo momento atual do mundo, em que elas podem agregar em termos de negócios ao setor elétrico.

“Essas empresas costumam ser mais ágeis para vários desafios e suas soluções podem virar negócios ou alguma coisa mais efetiva para as grandes corporações”, afirma.

O Energy Future quer atuar como hub virtual de inovação do setor , conectando projetos a grandes concessionárias. A busca é por soluções inovadoras que ajudem a melhorar a geração, transmissão e distribuição da energia no Brasil. Na apresentação, representantes das seis empresas participantes ressaltaram que a verba – que muitas vezes pode ser um impeditivo – nesse caso já existe por lei e é encampado pelo Programa de P&D da Aneel.
Outro fator citado por eles foi a importância da multiplicação do número de start ups, para que elas não se repitam nas demais chamadas.

Bruno Cechetti, da Enel, lembrou que dos recursos do P&D Aneel, 82% vão para a fase de pesquisa e o fim da cadeia recebe menos de 4%, sendo que a inserção no mercado recebe apenas 0,4%. Para ele, o objetivo é o da inovação aberta, pegando os recursos e fazendo um polo de inovação. “Inovação é dividendos recorrente com crescimento. Se hoje no Brasil tem dez starts ups excelentes, que amanhã tenha cem e dez para cada um”, salienta.

Para Julia Rodrigues, da AES Tietê, é importante mudar a prioridade de investimentos para o fim da cadeia e que vale a pena investir em ideias e modelos de negócios  e produtos  para o setor elétrico. A mensagem é que estamos disponíveis, queremos receber essas propostas, queremos  incentivar esses empreendedores”, aponta. Segundo ela, a AES foi a pioneira em 2016 a lançar um programa de aceleração.

A reunião das seis empresas no projeto acontece no intuito do viés da inovação aberta que os gestores da área dessas empresas têm como filosofia. Lira lembra ainda que não foi fácil reunir seis empresas concorrentes analisando projetos novos. “Todos estão entendendo que é uma ação setorial, para que consiga levar para muitos empreendedores como o recurso funciona e o que essas empresas querem”, avalia.

As inscrições no programa podem ser feitas até o dia 31 de janeiro.