Swiss Re fecha primeiro seguro com comercializadora no Brasil

Swiss Re fecha primeiro seguro com comercializadora no Brasil

A seguradora suíça Swiss Re fechou o primeiro contrato do seguro paramétrico voltado para o setor elétrico com uma comercializadora de energia, que ficará protegida contra alterações nos níveis de afluências nos primeiros meses de 2017.

O contrato foi customizado para atender a comercializadora.

O índice monitorado para determinar o pagamento das indenizações será a Energia Natural Afluente (ENA) dos submercados Sudeste e Centro-Oeste, e a apólice é válida de janeiro a março de 2017, época do período chuvoso.

A ENA é a energia obtida a partir da vazão das hidrelétricas e tem o índice médio verificado diariamente pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O seguro se refere ao nível das afluências, mas, na prática, terá o efeito de reduzir a exposição da comercializadora em relação às variações do preço da energia no mercado à vista, o preço da liquidação das diferenças (PLD).

“Como o preço da energia é dependente da questão das afluências, o seguro serve também para criar uma proteção em torno do preço de energia”, disse Rodrigo Violaro, diretor de produtos climáticos para o setor de energia da seguradora suíça.

Se a ENA do Sudeste ficar abaixo de 90% da média histórica nos três primeiros meses de 2017, a Swiss Re pagará as indenizações previstas em contrato para a comercializadora, com limite de R$ 5 milhões.

Segundo Violaro, esse limite seria atingido se a ENA chegasse a 80% da média histórica.

“A perda financeira para a comercializadora viria por meio da oscilação do PLD, mas o ‘driver’ que leva a isso é a ENA”, afirmou o diretor da Swiss Re.

O seguro paramétrico foi aprovado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) no fim de 2015.

Ao longo deste ano, a empresa se dedicou a divulgar o produto voltado para o setor elétrico.

“Estamos sempre conversando com todo mundo. O importante é que hoje existe mais um instrumento para você fazer a proteção em relação à afluência”, disse Violaro.

Segundo ele, as comercializadoras que estiverem expostas ao risco terão a alternativa de contratar o seguro, no lugar de comprar energia no mercado à vista por um preço desfavorável.

“É mais um instrumento para se ter na mesa e comparar se vale a pena ou não fazer a cobertura do seu risco de energia”, disse.

Nesse momento, a Swiss Re negocia também com outro cliente.

“É um gerador que tem uma comercializadora atrelada, mas é só uma conversa, sem apólice fechada.”

Fonte: Valor Econômico 08/12/2016 Camila Maia