Usinas termelétricas a carvão auxiliam no combate à crise hídrica no Brasil

Usinas termelétricas a carvão auxiliam no combate à crise hídrica no Brasil

As chuvas das últimas semanas de setembro e do início de outubro foram uma boa notícia para os reservatórios das hidrelétricas brasileiras, que entraram na primavera em situação preocupante. Há alívio momentâneo, mas um olhar mais prudente ainda recomenda cautela. Segundo os dados do Ministério das Minas e Energia, em setembro a quantidade de água recebida por essas usinas e que pode ser transformada em energia estava nos níveis mais baixos dos últimos 91 anos. É pouco provável que uma única estação chuvosa seja suficiente para normalizar a situação. Ainda há riscos pairando sobre a estabilidade do sistema elétrico em 2022, principalmente quando o período seco começar.
Situações assim não deveriam surpreender ninguém. Desde o princípio, o sistema elétrico brasileiro foi planejado para assegurar a geração de energia nos momentos de clima desfavorável. Essa preocupação deu origem a várias usinas termelétricas a carvão, como é o caso do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, atualmente com 857 megawatts de capacidade, em Capivari de Baixo, no sul catarinense. Ainda hoje essa usina tem um papel fundamental na segurança do sistema elétrico brasileiro. Segundo um relatório recente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a operação de Jorge Lacerda durante um ano contribui para preservar em até 5,1% os níveis dos reservatórios das hidroelétricas no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil.