Energia mais cara e mais suja

Energia mais cara e mais suja

O custo das medidas adotadas pelo governo para o enfrentamento da crise hídrica não para de subir. Como mostrou o Estadão/Broadcast, números do próprio Ministério de Minas e Energia (MME) apontam que os gastos com o acionamento de termoelétricas e a importação de eletricidade da Argentina e do Uruguai somaram R$ 16,8 bilhões até outubro, mais que os R$ 13,1 bilhões inicialmente projetados até novembro. Segundo a pasta, a diferença se explica pelo ‘agravamento das condições de operação ao longo de 2021, bem como ao aumento dos custos de combustível para geração de energia elétrica a partir das termoelétricas’.

Esses valores expõem como o governo fez de tudo para evitar um racionamento que pudesse dificultar ainda mais a reeleição de Jair Bolsonaro em 2022. Não há dúvidas sobre a intensidade da seca nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, que concentram as principais hidrelétricas do País. Não se nega a relevância da participação da fonte hidráulica na matriz energética brasileira, de 65,2%, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). É evidente que o acionamento de todo o parque térmico e a compra de eletricidade de outros países demandam gastos elevados. Mas a explicação do Ministério para o descolamento entre os números previstos e realizados dá a entender que a crise se deu unicamente por questões conjunturais. Fosse assim, bastaria voltar a chover para que os problemas fossem solucionados de forma definitiva – o que está longe de ser verdade.

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