Estrangeiras são destaque em leilões

Estrangeiras são destaque em leilões

Os leilões promovidos hoje pelo governo na área de energia tiveram os estrangeiros como protagonistas. Nas usinas da Cemig, os chineses se comprometeram com um cheque de R$ 7,18 bilhões. No leilão de petróleo, foram os americanos. A ExxonMobil, que voltou a mostrar sua força após quase uma década de atuação discreta, se uniu à Petrobras para fazer da 14ª Rodada uma das de maior sucesso da história do país.

Assim como as usinas até então controladas pela Cemig atendem aos mercados consumidores mais importantes do Brasil; no petróleo, a proximidade com o pré-sal, uma das principais reservas do mundo, fez diferença. Foram justamente os blocos adjacentes ao chamado polígono do pré-sal, localizados nas bacias de Campos e Espírito Santo, os que receberam o maior volume de atenção das petroleiras globais.

Companhias como Total, Shell e BP tentaram levar alguma coisa, mas não conseguiram. Os chineses também mostraram forte interesse no petróleo. A CNOOC, parceira da Petrobras em Libra, no pré-sal, levou sozinha um campo na Bacia do Espírito Santo, em um dos maiores bônus do certame. Tentou ainda, sozinha, dois campos na Bacia de Campos. Mas também não levou.

O leilão de petróleo teve uma reviravolta surpreendente nos momentos finais, com a Petrobras e a Exxon fazendo lances bilionários para seis dos dez blocos na Bacia de Campos. O medo era que a 14ª Rodada, espremida entre os leilões do pré-sal, não atraísse as grandes petroleiras globais.

Já a surpresa no leilão das usinas da Cemig ficou a cargo do vencedor, pois os ativos eram considerados atrativos por estarem em operação e necessitarem apenas de investimento na operação, com receitas garantidas.

No dia de hoje a Exxon foi para o leilão de petróleo o que a Spic Pacific Energy foi para o leilão das usinas da Cemig. As empresas, gigantes no exterior, mostraram que podem ser os novos personagens do desenvolvimento da infra-estrutura no país, em um período pós-Lava-Jato.