Para Aneel, tarifa de energia é ‘preocupante’
Diretor-geral da agência diz que é preciso encontrar saída para conter aumentos
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse ontem que as tarifas de eletricidade no Brasil têm subido a níveis “preocupantes”. Ele criticou a quantidade de subsídios e afirmou que as autoridades do setor precisam encontrar saídas para conter os seguidos aumentos nos preços.
— O valor da tarifa está atingindo patamar muito preocupante. A gente precisa discutir isso — disse Rufino.
Os reajustes da Light e da Enel Rio (antiga Ampla) serão feitos na próxima semana, e a expectativa é que ultrapassem 15%. Ontem, a própria agência propôs reajuste médio de 25,8% nas contas da Cemig, que atende Minas Gerais e é a maior distribuidora de eletricidade em número de clientes do país. A proposta ainda passará por consulta pública antes de entrar em vigor.
— Não podemos ser indiferentes a isso. Porque bateu, na minha compreensão, também no limite da capacidade de pagamento do consumidor — acrescentou.
Segundo Rufino, o que tem pesado mais sobre os consumidores é o custo de subsídios, bancados com a cobrança de encargos nas tarifas. Os clientes pagarão R$ 16 bilhões nas contas de luz em 2018 para cobrir custos com subsídios e programas sociais do governo. Em 2017, os subsídios somaram R$ 13 bilhões. Houve alta de 22%.
Ontem, a oposição conseguiu adiar o início da discussão sobre a privatização da Eletrobras na Câmara. Por decisão do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), que integra a comissão que analisará o projeto de lei, o colegiado só poderá ser montado após as comissões permanentes da Câmara começarem a funcionar. Isso não tem data para ocorrer. A decisão é um revés para o governo, que pretende concluir a análise do projeto até junho.