PLD horário pode destruir ativos e gerar nova judicialização, diz executivo

PLD horário pode destruir ativos e gerar nova judicialização, diz executivo

Debate entorno da implementação do preço horário da energia ganha tom mais acalorados entre os agentes

O debate entorno da implementação do preço horário da energia, em substituição ao atual modelo semanal, já ganha tom mais acalorados entre os agentes. O diretor de Novos Negócios da Echoenergia, Claudio Ferreira, disse que é preciso estudar o impacto dessa mudança para as fontes variáveis, principalmente para o setor eólico, sob o risco de se criar um novo GSF, em alusão da judicialização dos geradores hidrelétricos que trava mais de R$ 7 bilhões no mercado de curto prazo.

“Quando se fala em implantar o PLD horário em janeiro de 2020 sem que tenha sido calculado o impacto para o gerador eólico, isso pode destruir uma indústria”, disse o executivo durante participação no Brazil Windpower, o maior evento de energia eólica da América Latina, nesta quarta-feira, 29 de maio, em São Paulo.

Segundo o executivo, na última segunda-feira, 27, foi realizado um workshop sobre o tema em Brasília em que foi apontando que em alguns momentos a diferença entre o PLD médio e horário pode ser de R$ 70,00/MWh. “Quem vai pagar essa conta financeira, isso pode quebrar uma empresa, gerar uma judicialização no setor, criando um novo GSF. Precisamos ver qual é o impacto dessa mudança nos projetos eólicos sob o risco de uma judicialização”, alertou Ferreira.

No entanto, o executivo reconhece que a mudança do preço em patamar/semanal para horária é uma evolução que pode ser positiva, desde que os impactos sejam devidamente avaliados com antecedência. “Não estamos prontos para o PLD horário entrar em janeiro de 2020”, afirmou. A Echoenergia tem 700 MW em ativos em operação e mais 300 MW em construção.

A diretora de Regulação da Comerc Energia, Ana Carla Petti, explicou que com o PLD horário, a entrega mensal dos geradores passará a ser contabilizada em base horária e esse é um desafio, por exemplo, para os consumidores livres precificar esse risco. “O papel do comercializador é desenvolver esse produto para facilitar essa aproximação do gerador com o consumidor”, disse a executiva ao explicar os impactos da mudança para o mercado livre.