Setor de energia não precisa mais de subsídios, diz David Zylbersztajn

Setor de energia não precisa mais de subsídios, diz David Zylbersztajn

O consultor David Zylbersztajn avalia que estímulos fiscais por tempo longo criaram um desarranjo operacional no país, difícil de ser solucionado. 

O Brasil vive um problema de sobreoferta de energia. Como resolver? 
Hoje tem um desarranjo institucional e operacional muito grande, que precisa ser mudado, muito em função dos estímulos, que, na minha opinião, se estenderam mais do que o tempo necessário para a viabilização de operações, como energia eólica e solar, chamadas de energias intermitentes, e também da microgeração distribuída, que são as placas solares instaladas nas casas. 

Alguns subsídios ao setor já foram revistos, não? 
Nem tanto. Houve agora a aprovação no Congresso da derrubada dos vetos [na lei das eólicas offshore], e alguns dos estímulos permanecem. Os segmentos solar e eólico têm uma maturidade de mercado que os subsídios que se justificaram no passado, como qualquer tecnologia nascente, não se justificam mais. O Proinfa [Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica] tem mais de 20 anos. Esse período já foi superado. 

Tinha um veto que tratava das PCHs… 
No passado eu fui um defensor ferrenho das pequenas centrais hidrelétricas. Mas o que a gente pensava há 20 anos não necessariamente se mantém hoje. No mercado de energia, de maneira geral, não vejo nenhuma das fontes necessitando de subsídios.  

A íntegra da entrevista está disponível aqui

Folha de S. Paulo 

13/07/2025