STF retoma julgamento de ação sobre substituição tributária em SP

STF retoma julgamento de ação sobre substituição tributária em SP

Abraceel questiona constitucionalidade de cobrança do ICMS de distribuidoras sobre operações do mercado livre

O Supremo Tribunal Federal vai retomar na próxima quarta-feira (16) o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade de decreto do governo de São Paulo que coloca as distribuidoras como substitutas tributárias das comercializadoras, para efeito de recolhimento do ICMS sobre a comercialização de energia elétrica no mercado livre. A ação impetrada pela Associação Brasileira de Comercializadores de Energia tramita há dez anos no STF e tem dois votos favoráveis à inconstitucionalidade da norma. Um deles é da então relatora, ministra Ellen Gracie, e outro da ministra Carmem Lúcia.

Desde o início da tramitação foram feitos dois pedidos de vistas, um pela própria Carmen Lúcia e outro pelo ministro Alexandre de Moraes. A cobrança do ICMS sobre operações do ACL das distribuidoras de energia no lugar de comercializadores e de geradores passou a ser feita a partir de junho de 2009, e a ação da Abraceel é de agosto daquele ano.

Os comercializadores alegam violação do princípio da legalidade e invasão pelo estado de competência da União e da Agência Nacional de Energia Elétrica. Eles argumentam que o decreto “inaugura uma modalidade de substituição tributária não prevista em lei”, porque as empresas de distribuição não participam do Ambiente de Contratação Livre; além de violar a confidencialidade de preços das operações do mercado livre ao proporcionar às distribuidoras conhecimento desses preços.

Enquanto o processo permanecia parado no Supremo, um convênio do Conselho Nacional de Política Fazendária, que reúne os secretários de fazenda estadual, estendeu a regra a todos os estados. Atualmente, mais de dez estados cobram o imposto das distribuidoras, explica o presidente executivo da Abraceel, Reginaldo Medeiros. Apesar da demora e dos sucessivos adiamentos do processo, Medeiros diz que a expectativa é de que o assunto seja resolvido pelo plenário do tribunal.