A intransitividade da transição energética

A intransitividade da transição energética

A transição dos padrões energéticos para opções de baixas emissões de carbono é um dos principais desafios do nosso tempo. Felizmente, as mesmas loterias geológica e climática que nos garantiram condições extremamente favoráveis para a exploração da energia hidráulica também nos brindaram com potenciais muito positivos para a produção a partir das demais fontes limpas. E, diferentemente da maioria dos países, começamos a incluir essas fontes no nosso parque gerador mais cedo. Tais medidas foram extremamente eficazes e acentuaram a posição do país entre os protagonistas na produção de energia a partir de fontes de baixo carbono.

Mas a maior parte desse sucesso foi custeado pelos consumidores de energia, por meio de encargos voltados a subsidiar os investimentos e propiciar a comercialização da energia alternativa a custos superiores aos praticados no mercado. E mais grave: passados mais de vinte anos do início desse processo, os subsídios permanecem crescentes e com baixa expectativa de término.

São louváveis as iniciativas do governo federal no contexto da transição energética com premissas voltadas à reindustrialização, combate à pobreza e promoção da inclusão social, além do desenvolvimento socioeconômico, adaptação climática e mitigação das emissões poluentes. Mas essas iniciativas não podem de maneira alguma deixar dúvidas quanto aos responsáveis por seus custos e pelos riscos que eventualmente aloquem ao sistema, muito menos quanto às alternativas do seu custeio que não impliquem novos repasses às contas de luz.

Confira o artigo completo da diretora de Assuntos Técnicos e Regulatórios da Anace publicado no Estadão: https://www.estadao.com.br/opiniao/espaco-aberto/a-intransitividade-da-transicao-energetica/