Alta da CDE acima da inflação é mais um choque na competitividade no país

Mas ainda mais grave é a perspectiva de crescimento da conta nos próximos anos se o Congresso mantiver projetos de novos subsídios.

O aumento do orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) apresentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) representa um novo choque sobre as condições de competitividade dos consumidores de energia, na avaliação da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (ANACE).

O pior é que, não obstante observarmos ano a ano aumentos repetidamente superiores à inflação, as discussões no Congresso Nacional seguem pródigas na proposição de prorrogação e instituição de novos subsídios para os consumidores pagarem por meio do encargo.

Essa preocupação diz respeito principalmente a propostas de criação de subsídios para a produção de hidrogênio verde e ampliação daqueles já concedidos aos projetos de geração renovável e os de geração distribuída. 

O fato é que precisamos de uma conscientização dos nossos representantes legislativos de que o consumidor não aguenta mais pagar encargos que encarecem sobremaneira as contas de energia.

A proposta colocada pela Aneel em consulta pública prevê um orçamento de R$ 37,17 bilhões para a CDE, o que representa um aumento de 6,2% em comparação com o aprovado para este ano. A alta é superior à inflação medida pelo IPCA nos 12 meses acumulados até setembro (5,19%) e muito maior do que a meta central da inflação prevista para este ano, de 3,25%.