Atenua uma catástrofe, acentua outra

Atenua uma catástrofe, acentua outra

Os eventos climáticos extremos têm vitimado milhares de famílias todos os anos no Brasil. O setor de seguros pretende enfrentar o problema por meio da criação de um fundo de amparo financeiro emergencial às vítimas desses eventos, como enchentes e deslizamentos.

Diante da gravidade dos fenômenos, dos seus impactos sobre as pessoas atingidas e da tendência que ocorram com maior intensidade e frequência devido às mudanças climáticas, não há dúvidas quanto à relevância da proposta. O problema é como se pretende financiar o seu custo: cobrando-se R$ 3 nas contas de luz de todos os brasileiros.

Os custos de políticas desse tipo, por mais meritórias que sejam, não cabem aos consumidores de energia: se a sociedade brasileira entender que fazem sentido para melhorar as condições de bem-estar das populações mais expostas aos riscos climáticos, entre outras, seus custos têm de ser cobertos por meio do orçamento da União, que terá de cortar outros gastos para conseguir combinar o atendimento de prioridades da população brasileira com os recursos disponíveis, de modo a garantir o equilíbrio fiscal.

A íntegra do artigo do diretor-presidente da ANACE, Carlos Faria, publicado na agência EPBR, está disponível aqui.