Mercado brasileiro será alvo da Enel X em 2020
Empresa que repetir no país sucesso de outros países, principalmente em geração distribuída, considerado um nicho de mercado com oportunidades de negócios no país
Assim como na distribuição, em que nos últimos anos adquiriu as distribuidoras Celg (GO) e AES Eletropaulo (SP) e na geração, em que é uma das líderes em renováveis com a Enel Green Power, a italiana Enel tem planos ambiciosos para o Brasil na área de serviços e soluções em energia. A subsidiária Enel X quer replicar no país o êxito alcançado na Europa e na América Latina. O CEO Global da empresa, Francesco Venturini, revelou para a Agência CanalEnergia que a empresa vem buscando investir em novos talentos nos últimos anos e está trazendo novos modelos de negócios para o país, entre eles, o da eletromobilidade. “A Enel tem grandes planos para o Brasil. Nós fornecemos mais do que apenas energia, essa é a nossa missão”, discursa.
A Geração Distribuída aparece para a empresa como um grande nicho de mercado e de oportunidades de negócios no país, principalmente na região nordeste. Segundo Venturini, a Enel X está trabalhando para expandir a sua rede de instaladores e de vendedores de forma que ela possa dobrar – e até triplicar – o número de megawatts instalados nos próximos dois anos. O líder para a América Latina da Enel X, Simone Tripepi, lembra que no fim do ano passado, a empresa lançou um kit fotovoltaico para o consumidor residencial, que segundo ele, tem um preço bastante competitivo. Ele ressalta que pelo fato do grupo no Brasil ter atuação na distribuição, geração e comercialização, é possível oferecer soluções para todos os tipos de clientes, sejam eles residenciais, industriais e até para cidades inteligentes. “O Brasil para nós no futuro será um dos líderes de negócios da Enel X”, avisa.
Venturini acredita que a GD vai crescer no mundo inteiro, não importa o problema. O executivo aponta que esta modalidade é mais econômica e vem sendo adotada apenas por essa razão, mas também por uma série de fatores diferentes, como a sustentabilidade, a independência da rede ou mesmo a novidade tecnológica. Sobre a revisão da resolução 482, que está em discussão, Tripepi acredita que ainda deve ser dada uma oportunidade para que GD se desenvolva mais no país. “Nós esperamos que a nova regulação ajude a GD a crescer”, comenta.
A empresa atualmente disputa uma parceria público privada para implantar iluminação eficiente em Porto Alegre (RS). Ela também tem outros projetos implantados, como o de eficientização da iluminação e geração de energia solar para a rede de mercados Armazém do Grão, em Petrópolis (RJ) e um projeto de energia solar que abastecerá todo o Centro de Inovação e Tecnologia da Ambev no Rio de Janeiro, anunciados no ano passado.
Possíveis aquisições, como as que movimentaram o mercado brasileiro de empresas de serviços de energia nos últimos anos não devem estar no radar da Enel X. Embora diga que a empresa sempre observa outras que possam ajudá-la a crescer em um país, o CEO Venturini salienta que essas aquisições devem fazer sentido para a Enel X, “Compramos apenas empresas que realmente acreditamos que vão trazer valor adicional para o que fazemos”, conclui.
*O Repórter viajou a convite da Enel Brasil