Preço horário em vigor: consumidor precisa se adaptar para evitar prejuízos
O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) com base horária entrou em vigor em 2021. A mudança no sistema de precificação pode representar aumentos significativos de custos para alguns consumidores. A Associação Nacional dos Consumidores de Energia (ANACE) realizou simulações para avaliar o impacto da mudança em diversos perfis de consumo nos últimos 12 meses. “O ano de 2020, que deveria ter sido de planejamento e simulações, foi atípico, por conta dos efeitos da crise sanitária”, explica Carlos Faria, diretor-presidente da ANACE.
Os resultados dessa avaliação foram comparados com os apresentados pelo PLD horário, m 2020, quando operava em teste. “A depender do perfil da empresa, pode ocorrer economia ou prejuízo na liquidação mensal na CCEE. Os consumidores em que identificamos mais sinais de alerta foram centros comerciais, restaurantes e indústrias metalúrgicas”, explica Faria. O executivo afirma que os custos adicionais provocados pelo PLD horário podem chegar a mais de R$ 200 mil em 12 meses.
Os consumidores cujo perfil indica potencial prejuízo com essa liquidação horária devem adotar soluções para mitigar os impactos. As sugestões da ANACE são, em primeiro lugar, uma revisão de seus contratos. “Há dois tipos de modulação para acordar a entrega de energia por parte da comercializadora: na modulação “flat”, a mesma quantidade de energia é entregue a cada hora. Nesse caso, o consumidor fica exposto a pagar a diferença se precisar de mais energia; na modulação “carga”, as duas partes acertam diferentes quantidades de insumo a cada hora, transferindo, assim, o risco ou o lucro para o vendedor.
Outra recomendação da ANACE é que, quando possível, o consumidor tente adequar suas atividades para concentrar o consumo de energia em horários que apresentam valores mais baixos de PLD horário. “A precificação horária apresenta muita volatilidade ao longo do dia. Portanto, o consumidor precisa se adaptar. Para os negócios que precisam seguir o horário comercial, é mais difícil, mas o setor produtivo, por exemplo, pode avaliar a realização de turnos alternativos”, afirma.