Volatilidade do PLD preocupa consumidores
O Preço da Liquidação das Diferenças (PLD) atingiu o patamar de R$ 400 por MWh nesta semana. É o valor mais alto desde o início da curva ascendente observada a partir do final de fevereiro, em meio à piora nas previsões de chuvas para este mês.
O indicador contrasta, no entanto, com as demais condições do setor: há sobreoferta de energia no mercado e os reservatórios estão relativamente cheios – a perspectiva do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é que o nível de Energia Armazenada (EAR) no subsistema Sudeste/Centro-Oeste ao final de agosto seja superior ao aferido no mesmo período de 2024, enquanto no Sistema Interligado Nacional (SIN), o padrão deve se manter.
Essas condições provocam dúvidas quanto às recentes mudanças dos parâmetros de aversão ao risco do Newave definidas pela Comissão Permanente para Análise de Metodologias e Programas Computacionais do Setor Elétrico (CPAMP).
O problema é que, neste momento, a questão se encontra num vácuo metodológico deixado pelo encerramento das atividades da Comissão, o que dificulta os necessários ajustes de rota nos parâmetros.
O órgão foi criado com o objetivo de garantir a coerência e a integração das metodologias e programas computacionais utilizados pelo Ministério de Minas e Energia (MME), Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
E, agora, a responsabilidade pelo desenvolvimento dos modelos que subsidiam as decisões do Newave está sendo transferida para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Há dúvidas, no entanto, quando às condições do órgão de assumir tais funções, tendo em vista sua situação preocupante em termos de recursos.
Enquanto isso, diversos consumidores e outros agentes do setor enfrentam a volatilidade dos preços com dúvidas quanto à governança da sistemática da sua definição.