Ministro de Minas e Energia diz que baixo nível de hidrelétricas é ‘uma preocupação’ para a segurança energética

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Ministro de Minas e Energia diz que baixo nível de hidrelétricas é ‘uma preocupação’ para a segurança energética

Por Fabiana Figueiredo e Joy Silva

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, comentou nesta quarta-feira (2) que os níveis baixos de reservatórios em hidrelétricas virou uma preocupação nos últimos dias. A declaração foi dada durante visita ao Amapá, uma semana após anunciar retomada em 100% da eletricidade ao estado, que enfrentou crise energética por mais de 20 dias em novembro.

Em carta enviada à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na semana passada, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou da “dificuldade no atendimento eletroenergético [do país], pelo menos até o final deste ano” em razão do baixo nível dos reservatórios. Segundo o órgão, as condições hidrológicas para o mês de dezembro são “desfavoráveis”.

O documento embasou a decisão da Aneel de autorizar cobrança extra na conta de luz dos consumidores desde terça-feira (1º). No mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro comentou em rede social que, se nada for feito, o Brasil pode ter apagões.

Em 26 de maio, a Aneel havia anunciado que não haveria esse tipo de cobrança até 31 de dezembro deste ano, em razão da pandemia do novo coronavírus.

O ministro comentou que, devido à situação, o monitoramento passou a ser informado ao presidente toda semana.

“É uma preocupação. Nós temos um monitoramento permanente por parte do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico. Nós acompanhamos não só a segurança energética do país mas também as condições dos reservatórios das nossas represas das usinas geradoras de energia. É bom lembrar que cerca de 65% da energia gerada no Brasil é fruto de usinas hidroelétricas. Ou seja, isso é muito importante para a nossa segurança energética. Eu mantenho o presidente Bolsonaro atualizado em relação a esse monitoramento, mensalmente. Agora eu faço isso semanalmente. Hoje eu estive com ele, atualizando-o da situação”, disse o ministro.

Ele declarou ainda que na segunda-feira (7) o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) fará uma “reavaliação da situação no país como um todo”.

Como maneira de tentar solucionar o problema, o governo federal aposta em campanha para evitar o desperdício de água e energia.

“Nós temos que preservar as nossas águas, temos que evitar o desperdício, e o desperdício também naquela luz que pode ser apagada, naquele aparelho que pode ser desligado se não tiver em uso. Isso tudo economiza energia e isso é bom para a segurança energética do país e também é bom pro bolso do consumidor, que ele vai gastar menos recursos na sua conta de luz”, comentou Albuquerque.

Importação e acionamento das térmicas

O ONS diz que a situação crítica nos dois subsistemas persiste mesmo com as medidas já adotadas pelo CMSE.

Em outubro, o comitê autorizou o acionamento de usinas térmicas, cuja energia é mais cara, e a importação de energia da Argentina e do Uruguai.

Por essa razão, o ONS julga necessário o acompanhamento da evolução das condições hidroenergéticas no decorrer do mês de dezembro e considera importante a avaliação “por parte do CMSE da adoção de medidas adicionais visando a garantia do atendimento eletroenergético do SIN [Sistema Interligado Nacional] neste horizonte, bem como no início do ano de 2021”.

Planejamento para o Amapá

Albuquerque chegou à Macapá no início da noite desta quarta-feira, para visitar a subestação que pegou fogo no dia 3 de novembro, e cuja situação iniciou uma série de falhas que resultaram no apagão que atingiu o estado.

Há uma semana, o Ministério de Minas e Energia (MME) e a distribuidora, a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), garantem que o fornecimento foi normalizado no estado.

O ministro comentou também que, na reunião de segunda-feira do CMSE, também deve ser apresentado um “planejamento energético para o estado do Amapá”. O governo federal montou um gabinete de crise para acompanhar as ações adotadas para solucionar os problemas de energia no estado.

A subestação Macapá, visitada por Albuquerque hoje, é a principal do estado, que recebe eletricidade do Sistema Interligado Nacional (SIN) e alimenta o Amapá, e ela funciona com dois transformadores e mais um de reserva.

No momento do apagão, um transformador pegou fogo, o segundo ficou sobrecarregado e desligou, e o terceiro, o de “back up”, não funcionou porque estava desligado e em manutenção desde dezembro de 2019.

Para a retomada da energia, foi realizada a manutenção e energização do segundo transformador, o que ficou sobrecarregado, no dia 7 de novembro; e ainda o transporte de um outro equipamento do Sul do estado, que foi ligado no dia 24 de novembro.

O terceiro, descreve o MME, começou a ser transportado de Boa Vista para Macapá nesta quarta. A expectativa, segundo Albuquerque, é que ele entre em operação antes do Natal.

“Aquilo que deveria ser já há algum tempo o planejamento aqui do estado do Amapá. São dois transformadores em operação e um reserva. Além disso, temos a usina hidrelétrica de Coaracy Nunes, que está operando normalmente, e também contratamos de forma emergencial já 45 megawattss em geração termoelétrica, outras 30 devem estar disponíveis nos próximos dias, talvez ainda nesta semana, e também temos ainda a possibilidade de contratar mais 80 megawattss em geração termoelétrica, se necessário for”, descreveu o ministro.

Confira a notícia completa em: https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2020/12/02/ministro-de-minas-e-energia-diz-que-baixo-nivel-de-hidreletricas-e-uma-preocupacao-para-a-seguranca-energetica.ghtml