Adesão à tarifa branca deve crescer em ritmo lento

Adesão à tarifa branca deve crescer em ritmo lento

Expectativa para 2019 é de que se mantenha a tendência de 2018, quando houve 3 mil optantes pela nova modalidade, em um grupo de 4 milhões de consumidores.

A opção pela Tarifa Branca começou a ser ofertada há pouco mais de um ano, mas a adesão de consumidores à nova modalidade tarifária é insignificante, considerando o universo de 82 milhões de consumidores do mercado regulado. Com um potencial de adesão de 4 milhões de clientes na faixa de 500 kWh/mês, as empresas receberam no ano passado 1500 pedidos de unidades consumidoras existentes e outros 1500 de novas ligações, e a previsão é de que mesmo com a redução esse ano da faixa de consumo exigida para a mudança o processo será gradual.

“A gente não tem expectativa muito diferente com a redução dessa faixa de elegibilidade”, admite Marco Delgado, diretor da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica. Delgado acredita que, pelo percentual de 2018, o quadro não será diferente em 2019.

O maior número de optantes pela tarifa branca no ano passado foi registrado na área de concessão da Eletropaulo (atual Enel São Paulo), que teve a adesão de 544 clientes. Em seguida veio a Enel Ceará, com 344; a Coelba (BA), com 318; a CPFL Paulista, com 207 e a Cemar (MA), com 186, em um grupo formado por 46 concessionárias de distribuição.

Desde o dia 1º de janeiro, consumidores atendidos em baixa tensão e com gasto mensal superior a 250 KWh/mês já podem aderir à tarifa branca. A modalidade regulamentada pela Agência Nacional de Energia Elétrica e aplicada desde janeiro do ano passado permite ao cliente o pagamento de valores diferentes na tarifa de energia, de acordo com o dia da semana e o horário (ponta, intermediário e fora de ponta). A agência calcula que cerca de 15,9 milhões de unidades consumidoras (residências e pequenos comércios) poderão optar esse ano pela nova tarifa.

Para Nelson Leite, que ocupou até o mês passado a presidência da Abradee, “o consumidor ainda não está consciente de que ele pode ter algum benefício, mesmo aqueles que teriam benefício sem ter que fazer sacrífício”. Delgado lembra que tudo depende do perfil de carga e, muitas vezes, o desconforto provocado pela mudança de hábito de consumo não justifica a migração, já que o cliente corre o risco de ter de pagar uma tarifa mais alta se relaxar e não observar os horários de consumo. Ele lembra que, como nas aplicações financeiras, a tendência do consumidor comum é fazer uma escolha segura e de baixo risco.