Aplicações inteligentes marcam nova fase de gestão de ativos no setor elétrico
Evento promovido pelo Procobre reuniu principais nomes e lideranças do setor para compartilhar projetos e debater a inovação como desenvolvimento econômico e sustentável
Para a consultora do Procobre, a engenheira Marisa Zampolli, coordenadora e idealizadora do evento, o debate torna evidente que as soluções para gerir ativos físicos com eficiência e proporcionar ganhos financeiros e técnicos para as concessionárias estão endereçadas às mais diversas etapas da atividade econômica. “São muitas as oportunidades para o setor, entre elas estão a aplicação de recursos para o monitoramento remoto, com uso de VANTs (veículo aéreo não tripulado), drones, câmeras 3D embarcadas, câmeras termográficas, equipamentos de robótica subaquática, a exemplo de AUVs (veículo subaquático autônomo) e ROVs (veículo submarino operado remotamente), desenvolvimento de softwares customizados”, ressalta.
Segundo a especialista, a tecnologia tem se mostrado cada vez mais eficiente para minorar a exposição do homem ao risco em atividades operacionais, prover a gestão de espaços de maneira simplificada e favorecer a análise inteligente das informações obtidas com a monitoração remota. “Essas aplicações inteligentes associadas à gestão de ativos têm permitido ao setor de energia avanços com a aplicação de big data e até mesmo ganhos financeiros ao cruzá-los com as informações de outras áreas da empresa para avaliar tendências de comportamento das máquinas, identificação de padrões de desempenho e eliminação de falhas”, afirma Zampolli.
A nova trilha perseguida pelas concessionárias advém, naturalmente, da preocupação de garantir o retorno do investimento realizado. O uso intensivo da tecnologia de ponta como parte do mecanismo de gestão adotado pelas concessionárias tem também outro fator determinante: o setor de energia é dominado por procedimentos e regulado por incentivos, o que interfere no processo de gestão dos empreendimentos.
À medida que o órgão regulador introduz parâmetros como vida útil dos ativos, indicadores de desempenho, requisitos mínimos de performance e níveis de manutenção para determinar a base de remuneração regulatória (BRR), o setor de energia, ativo-intensivo, não pode renunciar ao avanço tecnológico. Como oxigênio para transformar ideias antigas, a inovação simplifica as tarefas rotineiras das concessionárias, muitas delas relacionadas à criticidade, confiança e disponibilidade de cada ativo nos processos de valoração do negócio e de decisão para o investimento racional das empresas.