CMSE: Anace critica falta de transparência e pede participação de consumidores Para Lúcio Reis, decisões do comitê, como despacho fora da ordem de mérito, afetam todos os consumidores
O diretor-executivo da Associação Nacional dos Consumidores de Energia, Lúcio Reis, criticou a falta de transparência do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico. Segundo ele, a Anace já encaminhou uma carta ao Ministério de Minas e Energia pedindo que o CMSE publicasse as atas das reuniões com as decisões tomadas. Outra reivindicação da associação era de que os agentes do setor e representantes dos consumidores tivessem assento no comitê.
“O CMSE toma algumas decisões que afetam direto o custo da energia e o bolso do consumidor. Uma delas é o despacho das térmicas fora da ordem de mérito”, afirmou Reis em entrevista à Agência CanalEnergia. De acordo com ele, o maior problema é que em alguns casos, o modelo determina que não é necessário despachar térmicas e o CMSE toma decisões diferentes. “Ou então, o modelo manda despachar e o comitê não despacha. Isso mostra que a gente não está acreditando no nosso modelo”, declarou o executivo.
Ele disse ainda que em 2008 foram gastos R$ 2,2 bilhões com despachos fora da ordem de mérito e em 2009 esse número caiu para R$ 250 milhões, que segundo Reis, poderiam ter sido evitados. “O CMSE decidiu despachar fora da ordem de mérito no início do ano passado para que os reservatórios do Sul não ficassem com níveis abaixo da curva de aversão ao risco, que é de 40%. E o que aconteceu logo depois? Choveu”, disse.
No entanto, Reis ponderou que não é fácil fazer essas previsões, mas, segundo ele, elas precisam ser debatidas com os agentes. “O que temos pedido é que essas decisões sobre despacho fora da ordem de mérito e mecanismos de mitigação de risco sejam melhor discutidas com os agentes para que eles sejam co-parceiros das decisões do CMSE. Assim, qualquer decisão tomada terá sido corroborada pelos agentes e estará bem posicionada tecnicamente”, defendeu.
Por Carolina Medeiros
Fonte: Agência CanalEnergia, negócios e empresas