Consumo de energia elétrica no Brasil recua 4,3% em janeiro, aponta CCEE
SÃO PAULO – O consumo de energia elétrica do Brasil recuou 4,3% em janeiro na comparação com mesmo mês do ano passado, somando 64,96 gigawatts (GW) médios no período, com alguns setores industriais registrando diminuições expressivas, disse nesta quinta-feira a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
No ambiente regulado, em que os consumidores são atendidos por distribuidoras, o índice apresentou retração de 5,7%, enquanto no mercado livre, no qual empresas negociam diretamente com geradoras e comercializadoras, a queda foi de 0,5%.
Na divisão por segmentos industriais, o setor de extração de minerais metálicos foi o que apresentou maior queda no consumo, com recuo de 22,3%, seguido por madeira, papel e celulose (-6,3%) e químicos (-5,5%), disse a CCEE.
Analistas citaram um clima mais ameno em janeiro, o que impacta no consumo de energia pelos equipamentos de ar condicionado, e questões econômicas para explicar o recuo.
“A queda no consumo de energia… nos surpreendeu, mas corrobora o fato de que a economia não está crescendo como era esperado”, disse o sócio-diretor da consultoria Thymos, Alexandre Viana.
“Uma hipótese que talvez explique o cenário de queda no consumo é o impacto do crescimento da geração distribuída (GD) sobre o consumo do mercado regulado, o qual sofreu queda mais expressiva (5,7%)”, acrescentou ele.
O consultor citou ainda valores altos das tarifas e a bandeira tarifária amarela em janeiro, que representa uma taxa extra a cada 100 kWh consumido, o que teria feito o consumidor economizar o uso de energia elétrica.
Paulo Toledo, sócio-diretor da comercializadora Ecom Energia, disse acreditar que a queda no consumo se explica principalmente pelo clima mais ameno, em meio a uma recuperação econômica não tão pujante como esperado.
A geração de eletricidade em janeiro, enquanto isso, recuou 3,9% no ano a ano, registrando cerca de 68,41 GW médios, acrescentou a entidade, pontuando fortes aumentos nas gerações a gás natural (+104,7%) e carvão mineral (+306,3%) no período, com maior acionamento do parque termelétrico.