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Consumo de energia volta a nível pré-crise, mas indústria patina

Consumo de energia volta a nível pré-crise, mas indústria patina

O consumo de energia elétrica do Brasil voltou ao patamar pré-crise econômica. Apesar da aparente boa notícia, o perfil desse consumo mudou e indica que a economia brasileira ainda não se recuperou da recessão sofrida principalmente em 2015 e 2016.

De acordo com dados preliminares da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o consumo de energia elétrica do Brasil em 2018 foi de 472,2 gigawatts-hora (GWh), volume ligeiramente inferior (-0,5%) em relação ao número apurado em 2014, antes da crise. Na comparação com 2017, o consumo de energia no ano passado cresceu 1,1%.

Considerando apenas o setor industrial, importante indicador da atividade econômica do país, o consumo de energia em 2018, de 169,5 mil GWh, apesar de 1,3% superior em relação ao do ano anterior, ainda está 8% abaixo do pico registrado em 2013. O desempenho da indústria em 2018 está ligeiramente superior ao registrado em 2009, indicando que, na média, o consumo de energia da categoria patinou nos últimos dez anos.

Segundo o presidente da EPE, Thiago Barral, o consumo de energia das classes industrial e comercial, em 2018, foram 5% e 1%, respectivamente, inferiores na comparação com 2014, no período pré-crise econômica. “Os indicadores de produção física e de volume de vendas do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] das atividades econômicas relacionadas a essas classes entre 2014 e 2018 ajudam na compreensão da retração verificada, tendo-se em conta a contração da produção industrial e os fracos desempenhos das atividades ligadas ao comércio e serviços”, explicou o executivo.

Segundo ele, as quedas do consumo nos setores industrial e comercial foram compensadas pelo crescimento do consumo no segmento residencial. Além da influência de indicadores econômicos e demográficos, o consumo residencial foi influenciado por fatores como temperaturas mais elevadas. Também contam a favor o aumento do número de unidades consumidoras, a partir da expansão da rede de distribuição, e o crescimento do consumo específico de cada unidade, devido ao aumento do estoque e do uso de aparelhos eletrodomésticos, como ar-condicionado e chuveiros elétricos.

“Vale destacar que, embora não tenha registrado queda, o consumo residencial de eletricidade entre 2014 e 2018 cresceu a taxas inferiores à média observada em anos anteriores à crise”, ressaltou o presidente da EPE.

A análise do executivo é compartilhada pelo coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), da UFRJ, professor Nivalde de Castro. Segundo ele, o consumo do segmento industrial é muito atrelado à produção, que de fato ainda não se recuperou. Por outro lado, o segmento residencial é muito mais suscetível ao efeito da temperatura, devido ao uso intensivo de aparelhos de ar-condicionado.

Para o presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales, é natural que a indústria tenha sentido efeitos maiores devido à recessão. Entre 2017 e 2018, porém, ele destacou que o consumo da indústria cresceu acima da média do país.

“Com a expectativa de retomada de crescimento, esperamos que isso abra uma perspectiva positiva para a indústria, levando em conta a capacidade ociosa que pode ser retomada de forma mais acelerada. Mas o custo da energia elétrica não ajuda no aumento da competitividade da nossa indústria, muito pelo contrário. A principal causa disso é o peso totalmente descabido de tributos e encargos que são cobrados na conta de luz”, completou o especialista.

De acordo com a EPE, os segmentos industriais que apresentaram o maior crescimento de consumo em 2018, ante 2017, foram os químico (6,7%), de extração de minerais metálicos (2,9%), de produtos minerais não metálicos (2,6%), de papel e celulose (1,8%) e alimentício (1,2%). Na outra ponta, os piores desempenhos foram os dos segmentos têxtil (-6,1%), de produção metal, exceto máquinas e equipamentos (-5,4%), metalúrgico (-5,1%), automotivo (-2,5%) e de borracha e material plástico (-1,7%).

A EPE ainda não divulgou os dados do consumo de energia do país em janeiro. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), porém, já publicou o boletim da carga (consumo mais perdas) de energia referente ao primeiro mês do ano. De acordo com o documento, a carga no Sistema Interligado Nacional (SIN) em janeiro somou 73.090 megawatts (MW), com crescimento de 6,6% ante igual mês do ano passado.

O boletim não traz detalhes do consumo por categoria, mas o ONS destacou, no documento, que o ritmo da produção industrial, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV), continuou lento. O salto expressivo do consumo em janeiro foi motivado principalmente pela ocorrência de temperaturas “extremamente elevadas”, que resultaram no aumento da carga de refrigeração.

Em outro levantamento sobre o consumo de energia em janeiro, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) observou um crescimento de 6,5% do consumo de energia (67.705 MW médios) ante o primeiro mês de 2018.

Considerando apenas o mercado livre, segmento que concentra boa parte das indústrias e empresas do setor de comércio e serviços, o consumo em janeiro deste ano somou 19.282 MW médios, com alta de 4,5% em relação a igual período do ano passado.

Excluindo, porém, o impacto da migração de consumidores do mercado regulado (das distribuidoras) para o livre, o crescimento do consumo no ambiente livre foi de apenas 1,4%, na mesma comparação.

De acordo com a CCEE, os segmentos que apresentaram maior crescimento de consumo em janeiro deste ano, desconsiderando o efeito da migração para o mercado livre, foram os de bebidas (9%), transporte (8,2%) e serviços (5,5%). O ramo com pior desempenho, na mesma comparação, foram o de metalurgia e produtos de metal (-3,2%), veículos (-2,9%) e têxtil (-1,8%).

Para Anton Schwyter, da consultoria Thymos Energia, além do efeito da temperatura, o crescimento do consumo de energia no início deste ano indica uma certa melhoria do ritmo da atividade econômica, porém não na indústria. “De maneira geral, a economia está tendo retomada, menos na indústria, que ainda não está performando como há cinco ou seis anos. Então, esse consumo tem se recuperado mais nos segmentos residencial e comercial”, disse o especialista.

Segundo o consultor, se a economia brasileira crescer 2,5% neste ano, o consumo de energia deve avançar cerca de 4%. “Mas isso ainda depende de muitas variáveis, como aprovação de reformas políticas e econômicas”, completou.