Conta de luz deve continuar mais alta até o fim deste ano
Nível de reservatórios indica que bandeira vermelha será mantida no verão.
A bandeira vermelha nas contas de luz deverá continuar pesando no bolso dos consumidores até o fim do ano. A previsão foi feita ontem pelo diretor-geral do Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, ao explicar que as usinas termelétricas, que têm custo de geração mais elevado, deverão continuar ligadas mesmo com o início do período chuvoso, a partir de novembro. Isso por causa do atual baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas.
— A definição das bandeiras tarifárias não é competência do ONS, mas acredito que a bandeira continuará vermelha até o fim do ano —avaliou Barata.
A bandeira tarifária vermelha tem dois patamares. O patamar 1 significa que, a cada 100 quilowatts/horas, o consumidor vai pagar R$ 3 a mais pelo serviço. O patamar 2 é de R$ 5 a mais pelo serviço a cada 100 quilowatts/hora. Na bandeira amarela, o custo extra é de R$ 1 a cada 100 quilowatts/ hora consumidos.
COR SINALIZA VALOR EXTRA
O sistema de bandeiras foi adotado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para sinalizar o custo real da energia gerada. A cor da bandeira (vermelha, amarela ou verde) é impressa na conta de luz.
Quando chove menos, os reservatórios das hidrelétricas ficam mais vazios, e é preciso acionar mais usinas termelétricas para garantir o suprimento de energia. Os custos extras decorrentes dessa geração são transferidos para o consumidor. Por isso, quando a bandeira é vermelha ou amarela, a conta de luz fica mais cara.
As tarifas estão mais altas desde maio, quando foi acionada a bandeira amarela. Em junho, a sobretaxa aumentou com a bandeira tarifária vermelha nível 2. Entre janeiro e abril deste ano, não houve cobrança adicional na conta de luz. Outro fator que vem pesando nas contas de luz é o crescimento dos subsídios.
De acordo com dados do ONS, o nível dos reservatórios das Regiões Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por cerca de 70% da energia consumida no país, estava em 25,72%, no dia 7 de setembro. É o nível mais baixo desde janeiro, quando chegou a 25,48%. Já na Região Nordeste o nível está em 30,66%. No Sul, é de 53,37%.