Crescimento de energias limpas e um país mais eficiente
Emerson de Souza*
O setor de energia, incluindo petróleo e gás natural, demandará nos próximos nove anos investimentos de R$ 2,3 trilhões. A informação faz parte da minuta do Plano Decenal de Expansão de Energia 2029, preparada pela área de planejamento do Ministério de Minas e Energia. Do total de investimentos previstos, a área de geração e transmissão de energia elétrica representará 19,6%, incluindo geração distribuída. A expansão da capacidade instalada de geração elétrica do Sistema Interligado Nacional prevista para o horizonte decenal é de 74 gigawatts (GW), cerca de 80% em geração centralizada. O restante será destinado à contribuição de autoprodução e geração distribuída. Ao longo da década os investimentos na área de transmissão de energia elétrica devem atingir R$ 103 bilhões, dos quais R$ 73 bilhões serão destinados às linhas de transmissão e os demais, para as subestações. Como carece de investimentos, o plano do ministério assume um papel muito importante. Caso o governo e os demais agentes participantes do setor consigam levar adiante essa empreitada certamente o País irá evoluir mais nesse quesito e tornar as cidades mais inteligentes. As tecnologias para uso eficiente de energia podem ser encontradas em toda a cadeia de conversão de energia, desde a exploração dos recursos energéticos primários, geração de energia e refinaria e redes de eletricidade. Toda tecnologia aplicada a uma cidade de maneira inteligente tende a tornar o consumo eficaz e sustentável, o que gera a economia para a população e melhoria do meio ambiente. De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO), entre 2015 a 2017, o Brasil mostrou um nível de economia de energia na ordem de pouco mais de 142.820 gigawatts, com potencial de economia de R$ 52 bilhões. O País progrediu bastante na implantação de energias limpas em seu território, inclusive com uma legislação para a sua comercialização. Mas ainda está carente de tecnologias para gerenciamento, embora não esteja muito atrás em relação a outros países mais desenvolvidos. O plano prevê crescimento exponencial de energias limpas – por exemplo, como a eólica – para tornar o país mais eficiente. Porém, o desafio será cumprir o projeto a íntegra e sem atrasos. Caso isso aconteça, quem ganha com isso com certeza é a população e o meio ambiente.
*Emerson de Souza é Vice-presidente da Itron para América Latina