Custo deve subir com falta de chuva e volta de térmicas
O risco de déficit no abastecimento de energia deste ano continua sendo zero, mas as condições hidrológicas desfavoráveis devem aumentar o custo da energia ao longo de 2017, devido ao despacho de termelétricas mais caras, diz a nota do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), cujos representantes se reuniram ontem à tarde.
Segundo a análise apresentada pelo comitê, o risco de déficit de energia é de 0,3% e 0% nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, respectivamente, considerando a configuração do programa mensal da operação (PMO) do mês de março.
“Entretanto, apesar de assegurado o abastecimento de energia para o ano de 2017, as condições hidrológicas desfavoráveis deverão levar a despachos térmicos mais volumosos, significando um aumento no custo da operação do sistema”, diz a nota.
As previsões meteorológicas não indicam situações de “alto potencial pluviométrico” nos próximos 30 dias nas principais bacias do sistema. Ou seja, não há expectativa de grandes chuvas que possibilitem uma recuperação dos reservatórios das usinas.
No Nordeste, a situação hídrica continua preocupante. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou simulações de expectativa de armazenamento nas hidrelétricas Três Marias, Sobradinho e Itaparica ao longo do período seco e sugeriu recomendar aos órgãos competentes a adoção de um patamar de defluência inferior aos 700 metros cúbicos por segundo a partir de Sobradinho, para preservação dos estoques e garantir a segurança hídrica da região.
As simulações do ONS serão apresentadas na próxima reunião de acompanhamento da operação dos reservatórios do São Francisco, coordenadas pela Agência Nacional de Águas (ANA). O CMSE destacou ainda que o atendimento energético no Nordeste está garantido a partir de outras fontes de geração e pela ligação com o Sistema Interligado Nacional (SIN).
Em fevereiro, as afluências medidas representaram 33% da média histórica no Nordeste. No fim do mês, os reservatórios das usinas dessa região estavam com 20% das suas capacidades máximas.
O CMSE é composto por representantes do Ministério de Minas e Energia, ONS, Aneel, Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e da Agência Nacional de Petróleo (ANP).