Energia solar fotovoltaica é parceira da mobilidade urbana
Os avanços tecnológicos estão ganhando ainda mais força diante dos esforços globais para a redução de gases de efeito estufa. A energia solar e a mobilidade elétrica, por exemplo, são tendências sinergéticas para um Brasil sustentável.
A fonte fotovoltaica, por meio da GD (geração distribuída), vem se tornando uma aliada no crescimento do país, uma vez que a produção de energia por meio da radiação do sol contribui também para abastecer os eletropostos dos veículos elétricos.
Tendo em vista este cenário, algumas empresas que atuam no mercado fotovoltaico estão expandindo seus investimentos. Como é o caso da Bellsol Tecnologia, atuante no setor solar em Belém (PA) desde 2006.
A empresa, que atualmente conta com mais de 5 MW de potência instalada distribuída em projetos de micro e mini-geração, entre residências, comércios e órgão públicos, mudou o seu posicionamento estratégico, diante das necessidades do setor com os avanços tecnológicos apresentados.
Por isso, em 2020, encontrou em um nicho específico uma oportunidade de expandir o leque de ofertas de serviços, e hoje abraça a tendência dos veículos elétricos e carregadores elétricos.
“Adquirimos, através da linha de financiamento FNO Sustentável do Banco da Amazônia, o primeiro veículo 100% elétrico do estado do Pará, da BYD. A partir daí, começamos a receber demandas para a instalação de carregadores para carros elétricos, sendo a primeira empresa de energia solar do Norte do Brasil a ofertar esse serviço”, disse Walber Junior, diretor comercial da Bellsol.
“Hoje, contamos com clientes de renome, como Jaguar, Land Rover e BMW. Estamos instalando com frequência esses aparelhos em residências e edifícios residenciais para suprir a necessidade de consumidores que já possuem carros 100% elétricos e/ou híbridos”, acrescentou Junior.
Para o executivo, a tecnologia dos carregadores elétricos e dos carros sem emissão de poluentes é a aposta da vez, tanto para uso pessoal, quanto para o comercial ou setor público. “Utilizar de meios que não agridam o meu ambiente, não só, como bem sabemos, influencia positivamente no bolso, como faz um enorme bem ao ecossistema”, destacou.
“Por exemplo, a cada 100 km percorrido com um carro elétrico o custo é de R$ 5 reais. Comparando com um veículo a combustão, a cada 100 km o custo seria de R$ 50. Portanto, os nossos clientes estão obtendo uma economia muito grande”, ressaltou.
De acordo com o especialista, os carros movidos a combustíveis fósseis possuem ainda um desgaste enorme com peças, motor e troca de óleo. “Já os elétricos possuem o custo de manutenção muito mais baixo. Um motor de veículo a combustão, por exemplo, tem mais de 2.500 peças. Um carro elétrico não passa de 300 peças dependendo do modelo”, concluiu.
Fomento ao desenvolvimento sustentável
Marcello Von Schneider, diretor da divisão de ônibus da BYD Brasil, ressaltou a importância dos investimentos em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) para a introdução e fomento dessas tecnologias no Brasil.
“Quanto mais dados e informações científicas conseguirmos apurar numa pesquisa deste porte, maior será a contribuição para a popularização de frotas eletrificadas no país. Importantes cidades do Brasil como São Paulo, Campinas e Brasília já iniciaram o processo de eletrificação de frotas”, apontou Von Schneider.
Segundo o especialista, os ônibus elétricos, por exemplo, representam um grande instrumento para a redução de poluentes locais e de gases causadores do efeito estufa. Na média, cada ônibus comum a combustão consome 90 litros de diesel em um dia de operação. Já os movidos a eletricidade evitam a emissão de 110 ton/ano de CO2 na atmosfera.
Mercado de veículos elétricos
Segundo o último relatório da BNEF (BloombergNEF), as vendas no mercado de carros elétricos estão sendo menos atingidas por conta da pandemia da COVID-19 do que as vendas de veículos convencionais. Isso mostra que cada vez mais consumidores estão optando por modelos mais sustentáveis e ecológicos
A empresa indicou ainda que o mercado de veículos elétricos deve imitar a geração de energia renovável, destacando sua importância durante a crise provocada pelo coronavírus.