EnP chega ao mercado para desenvolver negócios com a transição energética
De olho nas oportunidades que a transição energética vai trazer ao país, a EnP – Energy Platform chega ao mercado querendo contribuir com uma matriz mais limpa e mais baseada no baixo carbono. A empresa vai ser presidida pelo ex-secretário de petróleo e gás do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix de Almeida. De acordo com ele, o foco vai ser a concepção, desenvolvimento e operação de projetos integrados, formando ecossistema energéticos. Felix quer integrar as várias fontes de energia, trazendo investimentos para desenvolver áreas ainda não exploradas. Esse modelo de concepção, desenvolvimento e operação de ecossistemas energéticos é considerado pioneiro no mundo.
A inspiração vem de países como o Canadá e a Noruega, que possuem recursos naturais em óleo, gás e renováveis em abundância. Um dos executivos da empresa, Erik Hannisdal, vem da Noruega e já morou no Brasil por quase duas décadas. “A EnP é uma empresa que vai ocupar um espaço importante na transição energética”, avisa. Outro executivo que faz parte da EnP é Leandro Alves, ex-Banco do Brasil e Petrobras, que vai cuidar das relações institucionais. O primeiro projeto da empresa deve ser anunciado na próximos quinta-feira, 12. Segundo Félix, será um conjunto de projetos, que envolve infraestrutura de gás, E&P, refino, bioenergia e geração térmica. A vontade de muitos empreendedores do setor de energia de ter um campo de gás é uma oportunidade de conexão citada pelo ex-secretário do MME.
A ideia da EnP é identificar as oportunidades e fazer sinergias, sendo uma espécie de articuladora do setor energético brasileiro. Para Félix, há muitas oportunidades em espaços vazios. Modelos inovadores de negócios e alianças estão sendo preparados. Ele conta que a empresa pretende participar da próxima rodada de oferta permanente da ANP desse ano como operador. Já na parte de geração de energia, ela ainda não está apta a participar dos leilões de energia, mas quer se associar a projetos já existentes de modo que fiquem mais competitivos ao se tornarem parte de um ecossistema. “Esse ano não há possibilidade de participar [de leilões], mas temos conversas com empresas que vão participar”, aponta.
Ele conta que a geração da energia pode aparecer nos negócios tanto com o gás natural quanto com oportunidades em biogás, biomassa, até mesmo com outras renováveis. “Por que um campo de petróleo não pode usar um aerogerador em vez de usar o próprio gás?”, questiona. A financiabilidade dos projetos virá de um crowdfunding de investidores locais na fase exploratória. Já em uma segunda fase, a expectativa é que seja criado um fundo de investimentos em ecossistemas energéticos, que ele chama de ‘fundo da transição’. Os recursos da primeira fase do primeiro projeto de ecossistema já estão garantidos.
Ainda de acordo com Felix, a EnP vai entrar nos estados com uma concepção do seu ecossistema regional. Ele dá como exemplo o Piauí, que tem uma companhia de gás que não vende molécula do insumo. “No Parnaíba há um conjunto de cidades em que há um mercado”, frisa. Ele cita ainda projetos de etanol na região de Teresina que poderão fornecer biogás. Outro tipo de exemplo de Ecossistema é a Eneva, que tem o gás sob medida para abastecer as suas usinas e procura mais gás para gerar energia.