EPE deve lançar ainda em junho roadmap sobre eólica offshore
Consolidação e avanços da eólica onshore ajudam caminho da nova fonte, diz Abeeólica
Ainda segundo Barral, a intenção do roadmap é identificar quais são os elementos necessários para que se viabilizem os projetos, tais como redução de custos, limitações de logística e infraestrutura, adaptações de engenharia e medições. “Os investimentos vão ser mais ou menos acelerados quanto maior for a confiança no arcabouço legal e regulatório”, avisa. O passo seguinte após essa etapa é inserir a eólica offshore na expansão da oferta nos cenários após 2030. Ele conta que isso não impede que projetos que já se encontram sob licenciamento possam ser viáveis.
“Não queremos ditar o ritmo do desenvolvimento, os empreendedores é que vão ditar. Queremos é garantir que as barreiras possam ser trabalhadas e reduzidas com a devida antecipação”, comenta. O presidente da EPE frisa que apesar do vasto potencial eólico offshore que se desenha no país, nem tudo será atrativo. As costas de Rio de Janeiro e Espírito Santo, que quase não tem projetos na terra, possuem um potencial offshore interessante.
No Reino Unido, onde essa fonte já está mais avançada, ela surgiu da necessidade de ter mais fontes renováveis na matriz. Com uma costa grande, os projetos começaram em águas mais rasas e migram para as mais profundas. Uma das primeiras coisas que se decidiu foi tornar o licenciamento ambiental simples e transparente para a viabilização das usinas. Os custos foram caindo, mas por vários fatores que atuaram em conjunto. Minas no fundo do mar e a pesca são desafios que a Europa enfrenta.
A presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica, Élbia Gannoum, que também participou do evento, lembrou que a fonte offshore vai ter um caminho mais fácil que a onshore, uma vez que os agentes de governo já viram que o vento gera energia de qualidade. Ela também salientou que a offshore chegaria em um momento em que grande parte da expansão eólica de 2018 se deu via mercado livre. “A offshore deve vir em um ambiente já não tão dependente de leilões”, observa.
O coordenador geral de licenciamento ambiental de empreendimentos fluviais e pontuais terrestres do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis, Régis Pinto, vê a eólica offshore com uma janela de oportunidade para o órgão. Segundo ele, o Ibama está montando uma agenda com quatro eixos: Capacitação, Avaliação e Impacto Ambiental, Zoneamento e Produtos Finais.