Geração a biomassa registra queda de 1% em setembro, diz Unica
A oferta de bioeletricidade para o sistema interligado nacional somou 3.124 GWh em setembro, montante 1% menor na comparação com o mesmo período de 2019. “Embora represente uma queda de 1% em relação a setembro de 2019, essa geração renovável foi mais de 8 vezes superior à geração pelo carvão mineral no último mês e 1,5 vez superior à geração total pelas térmicas a gás no país em setembro de 2020”, destacou a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) em boletim divulgado nesta sexta-feira, 16 de outubro.
A associação destaca que, apesar do desempenho menor em setembro de 2020, o mês foi um dos mais secos do últimos anos e a produção de bioeletricidade ajudou a preservar água nos reservatórios das hidrelétricas. Informações da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) aponta que, em setembro, o consumo de energia elétrica cresceu 2,9% em relação ao mesmo período de 2019, por conta do retorno gradual das atividades econômicas do país, paralisada por mêses por causas da pandemia do novo coronavírus.
A oferta de bioeletricidade em geral para o sistema nacional foi de 20.63 0 GWh de janeiro a setembro deste ano, representando um aumento de 3% em relação a igual período em 2019. Volume equivalente a atender 12,3% do consumo industrial de energia elétrica do país durante todo o ano passado ou 10,7 milhões de unidades residenciais.
Excluído o desempenho de setembro, de janeiro a agosto de 2020, o levantamento revela que a produção de bioeletricidade para a rede atingiu 17.486 GWh, crescimento de 4% em relação ao mesmo período de 2019. Desse total, 89% da geração de bioeletricidade para a rede esteve concentrada em apenas cinco estados: São Paulo (46%), Mato Grosso do Sul (13%), Minas Gerais (12%), Goiás (11%) e Paraná (7%), todos na chamada Região Centro-Sul sucroenergética.
Para Zilmar Souza, gerente de bioeletricidade da UNICA, embora em agosto de 2020, comparado com mesmo mês em 2019, a bioeletricidade sucroenergética (de cana de açúcar) para a rede tenha apresentado uma redução de 5%, no acumulado deste ano, de janeiro a agosto, a fonte apresentou alta de 2% em relação à igual período em 2019.
“Essa energia derivada cana para a rede representa uma geração equivalente a uma economia de 10% da energia armazenada anual sob a forma de água nos reservatórios das hidrelétricas do submercado Sudeste/Centro-Oeste, pela maior previsibilidade e disponibilidade da bioeletricidade no período seco”, comenta Souza.
Segundo a UNICA, o potencial técnico de geração de bioeletricidade para a rede, com base em dados da Safra 2019/20, pode ser estimado em quase 200 mil GWh. Considerando que a geração sucroenergética no ano passado para a rede foi de 22,5 mil GWh, aproveita-se apenas 11% do potencial técnico de geração de bioeletricidade sucroenergética para a rede.
A biomassa em geral representa 9% da matriz elétrica, com 15.401 MW instalados (mais do que uma Itaipu), com 574 usinas termelétricas (UTEs), ocupando a 4ª posição na matriz, atrás das fontes hídrica, eólica e gás natural.