Mercado livre garante escoamento
De um lado, o número de consumidores especiais empresas com demanda entre
500 kW e 3 MW não para de crescer. Já são quase 500 nos registros da CCEE.
Do outro, a oferta de energia incentivada anda minguada. Fazendo a ponte
entre os dois lados, surgem as comercializadoras. Resultado: no momento, o
mercado livre se apresenta como o principal canal de escoamento para a
energia oriunda do bagaço de cana. Até abril havia 182 usinas de cana com
energia contabilizada na CCEE.
Um fato novo que deverá contribuir para aumentar a procura por
bioeletricidade no mercado é a iniciativa do governo paulista, que,
juntamente com a CCEE, atribuirá um selo verde aos consumidores que derem
preferência à aquisição da energia ofertada pela usinas signatárias do
protocolo agroambiental. O documento prevê a extinção de queimadas até 2017,
no máximo. Estamos em fase de detalhamento, e a ideia é começar já a partir
de agosto. Estamos abertos a iniciativas de outros estados também, diz César
Pereira, gerente de Atendimento ao Mercado da câmara.
Lúcio Reis, presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia
(Anace), enxerga com otimismo a iniciativa. Entende que, por razões de
sustentabilidade empresarial, não faltará demanda para essa energia
certificada. Cita como exemplo o setor bancário, onde a preocupação com
emissões, entre outros quesitos ambientais, tem alcance global.
O recurso da garantia de procedência da energia como credencial de
responsabilidade ambiental é um recurso que traz resultados positivos. A
Comerc, por exemplo, fez um trabalho nesse sentido para o Grupo Iguatemi.
Cinco shoppings da rede dão preferência a contratos de energia renovável. O
efeito da redução das emissões de carbono foi equivalente ao plantio de 21
mil árvores ao longo de 30 anos, explica Cristopher Vlavianos. A
comercializadora representa 45 usinas na CCEE, metade delas pertencente ao
setor sucroenergético.
Fonte: Energia Hoje – Antonio Carlos Sil