O caminho da energia elétrica
A energia é um bem essencial para a sociedade, mas poucas pessoas têm conhecimento do processo complexo que envolve desde a produção até o abastecimento de residências, comércios e indústrias. Você já se perguntou qual caminho a energia percorre até chegar à sua casa? Embora possa parecer simples, disponibilizar grandes quantidades de energia para o consumo é uma tarefa que coloca grande contingente de profissionais à prova todos os dias.
O primeiro passo é gerar a energia elétrica, processo que pode acontecer a partir da força da água, do vento, do sol, ou mediante a queima de combustíveis fósseis ou biomassa. No Brasil, a matriz de energia elétrica é majoritariamente hidráulica, isto é, oriunda da energia potencial das quedas d’água ao longo do país, com mais de 75% da energia produzida, conforme dados do Operador Nacional do Sistema (ONS). Contudo, a crescente competitividade das usinas eólicas e solares tem ganhado relevância e a composição da matriz energética se encontra em grande transformação.
Concluída a geração, a energia elétrica viaja por longas distâncias por meio das linhas de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN) até os centros urbanos, onde ocorre o consumo da energia. O SIN conecta as usinas e os centros urbanos das diferentes regiões do País, por meio de um sofisticado sistema, composto de subestações, linhas e torres de transmissão. Após chegar às subestações do SIN, a energia percorre o último estágio rumo ao consumidor, utilizando uma extensa malha de redes de distribuição.
Este complexo processo é coordenado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), entidade responsável por planejar e executar a operação das usinas e do sistema de transmissão do SIN. O objetivo do ONS é garantir a operação segura do sistema, ao menor custo possível.
Buscando evoluir em toda essa complexidade do setor elétrico brasileiro, trazendo novas tecnologias, metodologias e com ampla troca de experiências entre os principais players do setor, Belo Horizonte será palco, em novembro de 2019, do XXV Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (XXV SNPTEE). O evento, que há mais de 30 anos não era realizado na capital mineira, é uma oportunidade para que profissionais de todo o País discutam, durante quatro dias, os novos desafios do setor elétrico.
A energia elétrica é uma parte imprescindível do nosso dia a dia e a verdadeira força-motriz da economia. Por isso, é importante que as concessionárias e o governo estejam preparados e alinhados para que, no futuro, tenhamos esse insumo com qualidade e quantidade suficiente para atender às necessidades da sociedade. Nesse contexto, eventos como o SNPTEE são primordiais para que possamos propor soluções para o setor elétrico.
Afinal, o Brasil precisa de milhares de gigawatts/hora para continuar a se desenvolver.
*Superintendente de Expansão e Operação de Geração e Transmissão da Cemig e coordenador-geral do XXV Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica -SNPTEE