Parada das térmicas não compromete, afirma ONS

Parada das térmicas não compromete, afirma ONS

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, afirmou ontem que a parada para manutenção de sete usinas térmicas em pleno auge do período de estiagem não ocorre em momento inadequado. Ele se defendeu da crítica feita pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que demonstrou preocupação com o aumento de custos e a segurança no abastecimento pelo desligamento temporário de usinas com potência instalada de 2,1 mil megawatts.

 

“Numa primeira análise, superficial, parece sem sentido parar as térmicas no período seco”, disse Barata ao Valor. “Mas não é uma decisão extemporânea ou irresponsável. Foi feita uma análise cuidadosa e, no detalhe, mostra-se a opção mais correta.”

 

Segundo o diretor-geral, a ideia foi otimizar uma parada para manutenção da plataforma de Mexilhão, na Bacia de Santos, pela Petrobras. A estatal precisava fazer a manutenção agora porque descumpriria normas de segurança do trabalho. Paralelamente, já se planejava uma paralisação da plataforma para expandir o sistema de dutos e canais de escoamento de gás. Resolveu-se, então, fazer uma só parada. E aproveitar a redução na oferta de gás para trabalhos de conservação das térmicas.

 

“O Brasil tem aversão à cultura de manutenção. O setor elétrico é diferente e cuida muito bem de suas instalações. Quando não se para por bem, se para por mal.”

 

Quanto ao período escolhido, Barata disse que o momento é correto. A carga do sistema interligado cai de 75 mil MW médios no verão para menos de 70 mil MW médios no inverno, quando o ar condicionado é menos usado.

Além disso, a produção de energia eólica aumenta de menos de 3 mil MW médios para mais de 7 mil MW médios nesta época do ano, quando costuma ventar mais. A soma desses dois fatores mais do que compensa a supressão temporária de 2,1 mil MW das térmicas.