Projetos devem diversificar matriz energética do Estado

Projetos devem diversificar matriz energética do Estado

Setor passará a ser atendido com dois novos linhões

Previsto para outubro deste ano pelo Ministério de Minas e Energia e com um total de 15 projetos para empreendimentos somente em Mato Grosso do Sul, o leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve contribuir para diversificar a matriz energética do Estado e complementar o que já é fornecido atualmente para a indústria sul-mato-grossense.

De acordo com informações da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, somente em relação à oferta de energia, o setor passará a ser atendido neste ano com dois novos linhões – um deles terá potência instalada de 238 kVA (kilovoltampere) e vai ligar a região sul a Campo Grande, possibilitando a conexão, ao sistema atual, da Usina Sérgio Motta (Porto Primavera).

Os investimentos somam R$ 600 milhões e estão sendo aplicados por uma empresa privada, vencedora de outro certame concluído neste ano pela Aneel.

O outro linhão está sendo feito pelo governo do Estado em conjunto com a Elektro e deve atender à região industrial da Costa Leste, entre eles Aparecida do Taboado.

Além deste, outros pontos do Estado onde está sendo levantada necessidade de linhões adicionais, como Maracaju (em decorrência da entrada em operação da fábrica de processamento de milho pertencente ao grupo chinês BBCA), também estão na sequência para receber os serviços de estruturação.

“Alguns municípios estão tendo investimentos de linhões e não é um problema da energia. Hoje, na verdade, o que nós estamos preocupados é que todos os municípios tenham linhas necessárias para captar indústrias. E essa linha estruturante, com investimentos de R$ 600 milhões, que já começou hoje e ela [empresa] vai licenciar, é fundamental para criar uma rede de 238 kVA, para atender a indústria”, explicou o secretário Jaime Verruck.

Ainda conforme o titular da Semagro, a indústria sul-mato-grossense já está sendo atendida por meio desses grandes linhões. “Ela [indústria] sempre vai pegar a energia solar como complementar, [porque] isso não é suficiente. A energia elétrica é fundamental para a indústria e as outras são uma complementação”, esclareceu.

LEILÃO

Por meio do leilão A-6, que tem como data prevista 17 de outubro, estão habilitadas para concorrer à arrematação oito empreendimentos para energia solar fotovoltaica em Mato Grosso do Sul, correspondendo a 46,7% da oferta prevista para o Estado, de 964 MW; além de quatro propostas para fonte de energia térmica a biomassa, com capacidade de 200 MW; outros dois empreendimentos para pequenas centrais hidrelétricas, as PCH; e um para térmica a gás natural, que responde, individualmente, por 27,5% da capacidade instalada prevista (266 MW). O prazo para as vencedoras do certame colocarem em funcionamento a energia proposta é de seis anos.

“É importante destacar que, no leilão, tem unidades termelétricas movida a gás natural, e nós [Mato Grosso do Sul] temos uma, que é aquela de Corumbá e que já está habilitada para concorrer ao leilão – obviamente que vai depender de preço”, comentou. No entanto, ressalta o secretário, no caso específico do município de Corumbá, quando a termelétrica entrar em operação, haverá uma alta capacidade – de mais de 1,2 milhão de metros cúbicos de gás – sendo consumidos. “Então esses já são de alta capacidade, desde que isso seja concretizado no leilão”, pontuou.

FOTOVOLTAICA

A outra grande expansão, destaca o secretário, é a energia solar fotovoltaica. “Na fotovoltaica, a gente tem mantido uma expansão muito forte no Estado e muito disso não precisa participar do leilão [A-6 da Aneel]. Essas que participam são as de grande porte, porque precisam vender essa energia”, explicou.

Os demais projetos são de empresas e abrangem desde propostas de empresários que tem rede de supermercados e querem instalar o sistema de energia alternativa em suas lojas, por exemplo, até casos como o da Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems), que está investindo mais de R$ 30 milhões na construção de uma usina de energia fotovoltaica própria.

“Esse é o grande movimento que está no Estado – os empresários buscando gerar a sua própria energia, através da energia solar fotovoltaica”, enfatizou.

Ainda segundo o titular da Semagro, está sendo aguardada a liberação de linha de financiamento do Banco do Brasil, a partir de setembro, para aquisição e instalação de placas fotovoltaicas em residências ou condomínios residenciais por pessoas físicas, visando a micro e minigeração de energia elétrica.

“Para isso, tem R$ 100 milhões previstos no Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) e existe a promessa de que no dia 1º (de setembro), isso abra. Então a gente teria uma expansão fantástica e imediata em relação a isso”, destacou.