Técnicos pioram projeção e veem carga de energia do Brasil cair 2,9% por coronavírus
SÃO PAULO – A carga de energia do Brasil, importante indicador da atividade econômica, pode cair 2,9% neste ano devido aos impactos do coronavírus sobre a demanda, projetaram nesta sexta-feira órgãos técnicos do setor elétrico.
Até o final de março, a estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apontavam expectativa de recuo de 0,9% na carga de energia em 2020.
“Em decorrência do agravamento do recuo da economia nacional e mundial por conta da pandemia, as instituições identificaram a necessidade da alteração em algumas premissas adotadas”, apontaram, em nota conjunta, em referência à projeção anterior, divulgada em 27 de março.
Com o novo cenário, os órgãos técnicos vão pleitear junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) uma revisão extraordinária da previsão anterior– as estimativas oficiais são revistas a cada quatro meses e utilizadas na programação do sistema elétrico, influenciando também preços no mercado livre de eletricidade.
O movimento para a revisão confirma notícia publicada pela Reuters em meados de abril, quando o ONS disse que os números estavam defasados e que iria negociar com a Aneel a realização de uma projeção extraordinária.
Segundo as novas estimativas divulgadas nesta sexta-feira, a carga poderia se recuperar em 2021, com alta de 4,2%.